Na rodada em que o Rio Grande do Sul saltou de três para 11 regiões com bandeira vermelha na classificação provisória do mapa de distanciamento controlado, o governo do Estado recebeu 12 pedidos de reconsideração de locais que estão definidos como de alto risco epidemiológico para o coronavírus.
Nem todas as regiões em vermelho recorreram. Conforme o governo, há pedidos feitos isoladamente por municípios. O governo não informa quem recorreu.
A piora no quadro se deve a níveis de hospitalização por covid-19 e de ocupações de leitos de UTI que não eram registrados há, no mínimo, dois meses. O mapa definitivo, a ser anunciado nesta segunda-feira (16), valerá para o período de 17 a 23 de novembro.
Conforme o Executivo, o número de internados em leitos clínicos chegou, na quinta-feira (12), a 914 pacientes, aumento de 22% na comparação com a semana anterior. Houve elevação de 14% de infectados por coronavírus em UTI, o que provocou queda de 11% na disponibilidade de leitos para tratamento intensivo em toda a rede.
Com esse quadro, o indicador que mede a relação entre leitos de UTI livres e ocupados por covid-19 no Estado recebeu bandeira vermelha, o que impactou as 21 regiões, segundo o governo – 66,5% da população gaúcha está sob classificação de alto risco de contaminação. As macrorregiões Metropolitana, Missioneira e Serra foram classificadas na bandeira preta (risco altíssimo) neste mesmo critério que mede a capacidade de atendimento dos casos que necessitam de tratamento intensivo.
O único indicador que não apresentou elevação foi o de óbitos, com redução de 22%. As maiores variações foram em internados em leitos clínicos confirmados com covid-19 (aumento de 22%) e registros de hospitalização (crescimento de 17%).
Na classificação que ainda está em vigor, o Estado tem apenas três regiões na cor vermelha - Cruz Alta, Ijuí e Santo Ângelo -, 16 em laranja e duas em amarela. Agora, aparecem em vermelho as regiões de Porto Alegre, Guaíba, Canoas, Novo Hamburgo, Caxias do Sul, Capão da Canoa, Santo Ângelo, Cruz Alta, Ijuí, Santa Rosa e Passo Fundo. Em laranja, estão 10 regiões: Santa Maria, Uruguaiana, Taquara, Palmeira das Missões, Cachoeira do Sul, Santa Cruz do Sul, Lajeado, Pelotas, Bagé e Erechim.
De acordo com o mapa preliminar, 271 municípios gaúchos (do total de 497) estão classificados em bandeira vermelha, somando 7.528.700 habitantes, o que corresponde a 66,5% da população gaúcha (total de 11,3 milhões de habitantes). Desses, 116 municípios (516.094 habitantes, 4,6% da população gaúcha) podem adotar protocolos de bandeira laranja, porque cumprem os critérios da Regra 0-0, ou seja, não têm registro de óbito ou hospitalização de moradores nos últimos 14 dias.
Das 21 regiões covid, apenas Uruguaiana, Bagé e Guaíba não aderiram ao sistema de cogestão do distanciamento controlado. As outras 18 adotam protocolos alternativos às bandeiras definidas pelo governo.
As regiões em cogestão classificadas em bandeira vermelha podem adotar regras de bandeira laranja, e as classificadas em laranja podem adotar protocolos de bandeira amarela. Os protocolos próprios adaptados precisaram ser enviados e aprovados pela Secretaria de Articulação e Apoio aos Municípios (Saam).