De portas fechadas há mais de um mês, as lojas de pequeno porte de Porto Alegre devem retomar as atividades gradualmente a partir da próxima semana. A flexibilização acontece na semana de uma das datas mais importantes para o varejo, o Dia das Mães. Embora bem-vinda, a medida não será suficiente para minimizar os prejuízos das últimas semanas, acreditam representantes de algumas entidades representativas de lojistas.
Paulo Kruse, presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas), lembra que, ainda que as lojas reabram, os consumidores estarão mais tímidos na hora de fazer compras.
— Mesmo com a abertura das pequenas lojas na semana que vem e vendas do e-commerce, possivelmente venderemos em torno de 70% a menos do que no ano passado. Isso em uma previsão otimista — estima.
Expectativa semelhante tem o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL-POA), Irio Piva. Ele diz que a reabertura é um alento, no entanto, não é suficiente. Segundo ele, todas as medidas tomadas foram corretas e surtiram resultados positivos, contudo, seria importante ampliar as medidas.
— Entendemos que estamos em uma fase estabilizada e que é possível fazer uma flexibilização maior, como a do governador. Na terça-feira (5), temos um novo encontro com o prefeito e vamos discutir e mostrar para ele alternativas (para ampliar a abertura das lojas). Tudo com responsabilidade, pois não podemos sugerir nada que aumente a contaminação.
Para garantir a segurança de profissionais e consumidores, a CDL tem reforçado as orientações de higiene que devem ser tomadas, como uso de máscaras e limpeza dos ambientes.
— Garantir o sucesso da abertura é responsabilidade dos lojistas e da população — avalia.
Outra entidade que representa o setor, a Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio), vai aguardar a pesquisa de intenção de compras para se manifestar sobre as expectativas para a data.