A professora aposentada Érika Scherer, 84 anos, até que levava uma vida de hábitos saudáveis, sem excessos, recordam os familiares. Todo cuidado era pouco, já que tinha quadro crônico de diabetes e hipertensão arterial. Mesmo com os resguardos, contraiu pneumonia e morreu de covid-19, em 28 de março. Foi a primeira vítima da doença em Novo Hamburgo.
Érika e o marido, Sérgio, moravam no bairro Lomba Grande, um dos mais tradicionais de Novo Hamburgo. Quando jovem, Érika foi professora em escola pública. Depois, virou funcionária e, nos últimos anos de ofício, merendeira – sempre na Lomba Grande, onde a família Scherer tem tradição de atuar em colégios. Estava aposentada desde 1993.
A gripe atingiu primeiro Sérgio Scherer, mas leve. Em 24 de março, os sintomas se manifestaram em Érika, que apresentou dor de garganta e febre, que persistiu, mesmo com antitérmicos. Desconfiado de que pudesse ser algo mais grave, o casal foi até o Hospital Regina, em Novo Hamburgo, onde Érika foi internada, com suspeita de pneumonia.
O quadro se agravou rápido. Com dificuldades para respirar, Érika foi entubada. Ficou três dias na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e não resistiu. Morreu na manhã de 28 de março. O velório foi rápido e com caixão fechado, para desgosto das filhas.
Sérgio Scherer e uma cuidadora, de 60 anos, também tiveram diagnóstico de covid-19, mas já se recuperaram.
— Não sabemos como a mãe contraiu o vírus, pode ser por qualquer um que a tenha visitado. Ela não viajou. A gente procura se cuidar, mas nenhum de nós está livre — diz a filha Elisa.
Érika deixou o marido, Sérgio, as filhas Márcia, Maristela, Maria Inês e Elisa e também seis netos.