Iniciado nesta quinta-feira (9), o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600 gerou filas em lotéricas e agências da Caixa Econômica Federal de Porto Alegre. A ida aos locais físicos, em muitos casos, era desnecessária. Isso porque o dinheiro não está disponível para saque, mas, sim, para ser depositado em conta (saiba como receber pelo aplicativo).
Em uma das agências mais movimentadas da zona leste, no bairro Partenon, funcionárias explicavam às dezenas de pessoas presentes que não haveria retirada do dinheiro. A desinformação por parte da população era visível, com reclamações sobre a forma escolhida.
— Eu já estou no cadastro único, vim ver como faço para receber — explicou João Carriço, 28 anos, trabalhador da engenharia civil desempregado.
Na Restinga, na Zona Sul, o número de pessoas que aguardavam a abertura da única unidade da Caixa no bairro se estendia por toda a quadra, mesmo uma hora antes do início do atendimento.
— Estou há mais de um mês sem trabalho, difícil até para comprar comida — desabafa Sandro Almeida Ferreira, 38 anos, ex-trabalhador dos Correios.
A agência bancária trabalhava com seis funcionários – para evitar exposição dos servidores, 70% dos contratados estão atuando no sistema home office.
Do outro lado da via, a lotérica tinha movimento acima da média. Em sua maioria, eram clientes procurando informações sobre o pagamento.
Acompanhada das duas filhas, de 2 e 4 anos, em uma fila que contornava a quadra da agência da Caixa no bairro Campo Novo, Jessica Cristina de Lima Coppetti diz ter sido orientada pela ouvidoria do banco federal a procurar a unidade física para abertura da conta digital. Aos 22 anos, ela conta que está sem a carteira de trabalho assinada.
— Eu preciso muito receber — afirma.
Filas em lotéricas e agências bancárias foram vistas também nos bairros Centro, Cavalhada e Aberta dos Morros, ocupando calçadas ou até mesmo parte das vias de tráfego de automóveis.
Quem tem direito a receber
Os valores serão pagos a trabalhadores informais, autônomos, desempregados e micro empreendedor individual (MEI). O candidato precisa ter mais de 18 anos e ser inscrito no Cadastro Único (CadÚnico) para Programas Sociais do Governo Federal.
A renda mensal da pessoa não pode ultrapassar meio salário mínimo, ou o total familiar ser de no máximo 3 salários mínimos. Em 2018, os ganhos tributáveis têm de ser inferiores a R$ 28.559,70.
A mulher que for mãe e chefe de família, e estiver dentro dos demais critérios, poderá receber R$ 1,2 mil (duas cotas) em abril.
O governo definiu que o benefício ira ser pago em três parcelas, período que pode ser prorrogado caso a emergência do coronavírus siga no país no segundo semestre.
O governo orienta que só vá às unidade da Caixa quem não tiver qualquer acesso à internet. O plano de dados dos smartphones não tem sua franquia afetada para acessar as plataformas da campanha.