Em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (1), data em que novo decreto do governo do RS estabelece restrições aos municípios é publicado, o governador Eduardo Leite ressaltou o caráter excepcional e temporário das medidas e criticou a falta de ajuda do governo federal em relações aos reflexos da pandemia do coronavírus na economia.
— O que a união disponibilizou até agora deixa o RS de lado. O RJ e outros que estavam com a dívida suspensa não estão atendidos com suporte econômico. Estive em contato hoje de manhã com Maia, com deputados, com governador do RJ alertando: estamos ficando de lado neste momento do apoio econômico do governo federal. É importante que o governo federal olhe para o Estado com atenção ao RS. Não adianta só soluções que estávamos tomando até aqui. Já estamos fazendo reformas, tomando medidas mas precisamos de injeção imediata.
Conforme o governador, o Estado “precisa de injeção imediata na economia”, não só de medidas que o governo já estava tomando, como as reformas de reestruturação do funcionalismo.
O novo decreto que será publicado nesta quarta garante a manutenção dos serviços essenciais, como supermercados e farmácias, e também dos setores responsáveis pela assistência a esses serviços. A indústria e a construção civil também estão liberadas para seguir operando, mas com a ressalva de que as prefeituras podem analisar essa determinação de forma independente.
De acordo com o governador, as novas medidas foram tomadas para evitar um “relaxamento” na contingência social por parte dos municípios.
— Não houve uma mudança de compreensão, sempre foi a mesma desde o início. Não é uma gincana pra ver quem restringe mais do que o outro. Chegou um tempo que precisamos restringir mais porque temos um nível maior de pessoas circulando com contágio do vírus. Talvez tenha havido precipitação de alguns municípios com medidas mais fortes. Mas agora observando que eles relaxaram no momento em que deveríamos ser mais rigorosos com contágio e ainda não temos toda a estrutura instalada, nós identificamos que era importante neste momento garantir a não circulação — explica Leite.
A expectativa do governo estadual é adquirir até o dia 15 de abril mais equipamentos e estruturas de atendimento para os hospitais, com a chegada de kits de testagem, exames rápidos e respiradores para UTI. O governador também confirmou que está sendo aprimorado o sistema de confirmação de casos e um novo protocolo para realização de exames, com o apoio de diferentes universidades.