O governo de Santa Catarina voltou atrás no plano de retomada das atividades econômicas e serviços, previsto para iniciar na próxima quarta-feira (1º). Em reunião com prefeitos do estado neste domingo (29), o governador Carlos Moisés (PSL) sinalizou que vai prorrogar as medidas de isolamento social até que o sistema de saúde esteja preparado para a expansão do novo coronavírus no estado.
O anúncio da retomada de algumas atividades não essenciais foi feito pelo governo estadual na última semana após odiscurso do presidente Jair Bolsonaro que incentivou o retorno dos serviços e comparou o novo coronavírus a uma “gripezinha”.
Apesar de crítico da fala do presidente, Moisés havia anunciado um plano que contemplava a reabertura de academias, shoppings, bares e restaurantes, além da autorização para funcionamento de hotéis. Com a nova determinação, o governo não detalhou quando deverá aprovar a retomada desses serviços.
O primeiro anúncio foi comemorado com uma carreata em Balneário Camboriú na noite de quinta-feira (26). A prefeitura da cidade chegou a usar guardas para pedir que banhistas deixassem a faixa de areia da praia e evitassem aglomeração.
Segundo o governo, uma nova data para a reabertura do comércio dependerá do envio de recursos e equipamentos para profissionais da saúde por parte do governo federal, além de materiais para leitos de UTI já adquiridos pela Secretaria Estadual da Saúde.
— Temos que aguardar um pouco mais para colocar em ação o nosso plano de retomada das atividades econômicas. Precisamos estruturar melhor a nossa rede para que não tenhamos o risco de uma sobrecarga do sistema enquanto os equipamentos ainda estão chegando — afirmou o governador.
— Haverá efeitos econômicos muito grandes? Sim, mas o estado não pode se omitir em um momento como esse. É necessário um esforço extra de cada um para que possamos superar essas dificuldades" — completou.
Segundo o secretário estadual da Saúde, Helton Zeferino, por problemas logísticos, ainda não chegaram ao estado equipamentos de proteção individual suficientes para atender aos profissionais da saúde de Santa Catarina.
—Não podemos correr o risco de uma abertura sem a garantia do fornecimento de proteção aos profissionais de saúde — disse Zeferino.