Neide Ries Pereira da Silva*
A Croácia é um país incrível, com muita história e muitas belezas naturais. E é na região central desse pequeno país do Leste Europeu – a 133 quilômetros da capital, Zagreb – que fica o Parque Nacional dos Lagos de Plitvice, reconhecido pela Unesco, em 1979, como Patrimônio Natural da Humanidade. A floresta exuberante e espessa que rodeia os lagos é rica em flora e fauna. A área de quase 300 quilômetros quadrados abriga mais de 1,4 mil espécies de plantas e mais de 250 espécies de animais (inclusive ursos e cervos).
O parque é constituído por 16 lagos conectados por mais de 90 cascatas e quedas d’água. É dividido em dois setores: o dos “lagos inferiores” (quatro) e o dos “lagos superiores” (12). O primeiro setor é considerado o mais bonito, de águas mais claras, e é onde se encontra uma cascata com 78 metros de queda livre (a maior da Croácia). Os lagos altos estão em diferentes níveis de altura, e essa mudança faz com que inúmeras cachoeiras se formem entre eles. O último e maior lago, Kozjak, está 100 metros abaixo do primeiro, Proscansko.
Os passeios são feitos por passarelas que cruzam os lagos, por caminhos de terra que ficam nas margens e, ainda, por barcos elétricos e trens panorâmicos. Existem várias trilhas com diferentes graus de dificuldade (partes planas, subidas e degraus). O tempo que o visitante pretende permanecer no parque é o que vai definir a escolha da rota (com mínimo de duas horas e máximo de oito horas).
Independentemente da trilha escolhida, será uma experiência única! A água é totalmente transparente (em alguns pontos, podem ser vistos os peixes e o fundo dos lagos), e sua cor varia do azul fluorescente ao verde-esmeralda, conforme a incidência da luz do sol. Isso acontece porque cada lago tem quantidades diferentes de minerais e micro-organismos. O horário ideal para o passeio fica entre 10h e 15h, quando o sol está no alto e as cores ficam mais espetaculares.
O parque é aberto o ano todo, sendo que a melhor época para visitas é fora dos meses de verão (julho e agosto, principalmente), pois o calor croata pode ser muito intenso. Também porque, nesse período, o parque fica lotado de turistas, o que dificulta o deslocamento: as trilhas são estreitas e as pessoas caminham nos dois sentidos. Existem três portarias de entrada que funcionam como estações de apoio, com banheiros, guarda-volumes, restaurantes e informações turísticas (mapa com as trilhas do parque, inclusive). Entre abril e outubro, as três entradas estão liberadas; já no inverno, apenas a entrada número 1 fica aberta. Além disso, só os “lagos baixos” podem ser acessados, o trajeto deve ser feito todo a pé e sempre existe a possibilidade de nevar.
Ah, muito importante: não é permitido nadar em Plitvice.
Não se esqueça!
Ao contrário de Dubrovnik e Split, cidades na costa do Mar Adriático, Plitvice não é cara. Mas o preço dos ingressos varia conforme a época: de 1º/11 a 31/3, custa 60 kunas; de 1º/6 a 30/9, 250; e, nos outros períodos, 100.
Há cerca de 20 cafés e restaurantes nas entradas e no píer do barco. Mas o ideal é iniciar a trilha bem alimentado e levar uma garrafa d'água junto, pois pode-se ficar de duas a três horas até achar o próximo restaurante. E convém carregar um casaco, mesmo no alto verão.
*Farmacêutica-bioquímica aposentada