Um lugar cheio de história, onde a cultura alemã está na arquitetura e na gastronomia e onde as obras do homem dividem espaço com as da natureza. Este é Panambi, município de 40 mil habitantes a 376 quilômetros de Porto Alegre. A partir da Capital, são quase cinco horas de viagem. O trajeto mais rápido é sair pela BR-448, a Rodovia do Parque, e logo pegar a BR-386, em Canoas. Por ela, continuar até Carazinho e, dali, seguir pela BR-285.
Já em Panambi, os prédios nos dão a sensação de que chegamos à Alemanha. E não são só as construções que lembram o país europeu. Uma boa dica é provar um bolo que é servido nos cafés alemães – e em quase todas as padarias da cidade gaúcha: o käsekuchen, que tem um gostinho azedo e levemente doce, muito suave.
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– Nossos avós e bisavós trouxeram a receita da Alemanha. Faz muito sucesso – diz a dona da padaria da Nina, Heda Vanda de Brito.
Pegamos a BR-285 de novo e rodamos mais cinco quilômetros até o Museu Militar (ingresso a R$ 15). Ali, encontram-se 185 viaturas – é o maior acervo militar do Brasil e um dos maiores da América Latina. Tudo isso começou com o sonho de sócio-fundador, Sefferson Steindorff.
– Quando menino de rua, ele saciou sua fome nas unidades militares. Então, hoje, como forma de gratidão, e pelo amor que criou pelo meio militar, coleciona e tem esse belo acervo à disposição do público – conta o filho e vice-diretor da instituição, Jefferson Steindorff.
Os tanques de guerra são um atrativo, mas o que achei mais bacana foram os aviões. Há um Boeing 737-300 conservado que, hoje, abriga uma biblioteca com livros que nos transportam para a época da II Guerra Mundial. Em um outro ambiente, uma sala de cinema foi montada.
Cada veículo, arma e artigo de guerra tem muitas histórias, como uma viatura blindada Scout Car M3A1, com tração 4x4. Ela não participou da II Guerra, mas foi muito utilizada por Estados Unidos, Rússia, França e Grã-Bretanha, além de ter sido a primeira viatura 4x4 do Exército brasileiro.
Nosso roteiro continuou na cidade, em um moinho de 114 anos. A estrutura hoje abriga o restaurante Moinho Velho, com natureza preservada no entorno. Segundo o atual dono, Flávio Janke, o moinho foi construído pelos primeiros colonizadores para beneficiar trigo e milho. São três andares de ambientes rústicos. O rio que corre do lado de fora vira música para acompanhar a refeição.
Provamos dois pratos típicos alemães, que foram indicação da casa. Um é bem fácil de se pronunciar: eisbein, que é joelho de porco com ingredientes especiais. O outro é um pouquinho mais complicado: schwäbischer filderrostbraten, um filé grelhado com cebola. Para finalizar, uma sobremesa típica da Alemanha: o apfelstrudel. Os pratos da gastronomia alemã variam de R$ 44 a R$ 46, mas há outras opções no cardápio.
Dali percorremos dois quilômetros até o parque aquático Vale do Lazer, que conta com quatro piscinas e cinco tobogãs.
– As pessoas procuram o parque também para passar o dia, assar uma carne – observa a proprietária, Luana Werner.
#PartiuRS é uma série multimídia que mostra as belezas do Estado. Além do ZH Viagem, a série pode ser acompanhada aos sábados, no Jornal do Almoço, da RBS TV, no Supersábado, da Rádio Gaúcha, e em um site especial no G1. A coordenação é de Mariana Pessin (mariana.pessin@rbstv.com.br)