Quando uma viagem é planejada, o turista raramente pensa em problemas que pode ter ao longo do passeio. Afinal, organizar-se para subir na Torre Eiffel é muito mais interessante do que cogitar um acidente de carro. Mas o imponderável pode acontecer e, para estar preparado, a recomendação de especialistas da área é contar sempre com um seguro viagem. Caso contrário, o viajante pode se ver em uma daquelas situações pouco agradáveis, tentando encontrar auxílio em um país estrangeiro, com uma conta imensa de hospital e sem saber para quem recorrer.
Atualmente, os seguros oferecem, além da cobertura para questões de saúde, auxílio em diversas áreas, como perda ou extravio de bagagens e assistência jurídica, explica o presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do Rio Grande do Sul (Abav/RS), João Machado:
- Mesmo para países em que o seguro viagem não é obrigatório, é de extrema importância viajar com um, já que a assistência médica fora do país costuma ser cara, e é bastante comum as pessoas apresentarem alguns problemas de saúde em viagens ao Exterior, como gripes devido às mudanças de temperatura e problemas intestinais pelos diferentes temperos, entre outros. Além disso, minha recomendação é contratar o serviço o mais próximo da compra das passagens, já que muitos deles cobrem também cancelamento da viagem, caso a pessoa desista de viajar antes do embarque.
Entenda como funcionam os programas de milhagem
Há inúmeras opções de seguradoras e planos, que vão desde a cobertura de esportes radicais aos planos-família, oferecendo auxílios tanto para adultos quanto crianças. A primeira questão que o viajante deve ficar atento, alerta Claudia Almeida, advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), é o tipo de contrato que está adquirindo. Conceitualmente, existe uma diferença entre seguro viagem - que se refere ao serviço nn qual a operadora reembolsa despesas que o viajante tiver e que estejam previstas na apólice -, e assistência viagem - que fornece uma rede conveniada para que o viajante utilize dos serviços oferecidos no contrato sem precisar desembolsar o valor. Mas, na prática, isso varia conforme o tipo de contrato assinado.
- Apesar das diferenças conceituais entre um e outro, pode ser que um seguro viagem seja vendido como assistência viagem ou vice-versa. É no próprio contrato que a pessoa consegue identificar qual o tipo do serviço oferecido, por isso, a importância da sua leitura - resume a advogada.
Com valores que vão desde algumas dezenas até milhares de dólares, os seguros devem ser escolhidos de acordo com as necessidades específicas de cada turista. Veja ao lado o que você precisa saber antes de contratar o serviço.
O que é preciso para adquirir
- Preencher dados cadastrais.
- Saber para qual continente e país será a viagem.
- Ter definido os dias da viagem.
- Saber a idade de quem vai viajar. Passageiros até 70 anos pagam um valor mais em conta do que passageiros acima de 71 anos.
Itens que são cobertos
A cobertura varia conforme o plano contratado, mas os itens básicos que deve contemplar são as assistências médica e odontológica, perda ou extravio de malas e custeio de traslados em caso de acidente ou morte. Alguns serviços oferecem ainda reembolso em caso de cancelamento prévio da viagem e coberturas para doenças pré-existentes.
Quem oferece o serviço
O seguro viagem pode ser contratado com um corretor, em agências de viagem ou diretamente com as seguradoras pela internet, sendo que os preços variam de acordo com o tipo de cobertura e a idade do contratante. Conforme o Idec, muitas operadoras e agências de viagem costumam oferecer planos já incluídos em seus pacotes, então é preciso ficar de olho para não contratar o serviço duas vezes.
Além disso, cartões de crédito com as bandeiras internacionais Visa, MasterCard, American Express e Diners oferecem o seguro-saúde. Para adquirir o serviço, o cliente deve ligar à operadora e fazer a solicitação. A cobertura e os serviços oferecidos variam de acordo com a categoria do cartão, do básico ao premium. Normalmente, os planos básicos são gratuitos.
Como escolher
São vários os itens que o passageiro deve levar em conta. O primeiro deles é a obrigatoriedade ou não do plano, dependendo do país que irá viajar. Antes de contratar o seguro, é preciso analisar como será a viagem e qual plano atende às necessidades dos turistas. Há produtos personalizados para vários perfis: gestantes, idosos, estudantes de intercâmbio, praticantes de esportes radicais ou amadores e exclusivos para esportes de neve. Há planos individuais e familiares - que se estendem ao cônjuge e aos filhos - e para viagens nacionais e internacionais.
Quando é obrigatório
Os 27 países europeus que integram o Tratado de Schengen exigem que o turista tenha um seguro viagem com cobertura mínima de 30 mil euros. São eles: Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Itália, Irlanda, Islândia, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Romênia, Suécia e Suíça. Para viajar a Cuba, também é obrigatório ter seguro viagem, que pode ser comprado antes de embarcar ou no próprio aeroporto.
Como utilizar
- Caso seja necessário utilizar o seguro, o turista deve estar ciente do tipo de serviço que contratou. Normalmente, as empresas dispõem um número de telefone, ao qual o viajante pode ligar a cobrar, para solicitar qualquer tipo de assistência que esteja na apólice.
- O viajante liga, explica a situação em que se encontra, e o seguro providencia o que for necessário, seja consulta médica, internação ou outros. É possível ainda que a seguradora envie um médico para onde a pessoa está. Já em casos de emergência, no qual a pessoa é levada ao hospital por um terceiro, deve ligar para a seguradora quando estiver em condições, e a mesma irá assumir todas questões burocráticas, explica João Machado, presidente da Abav/RS.
- Há casos em que o contrato especifica que as despesas devem ser pagas pelo viajante, e depois são reembolsadas pela operadora, mediante a presença de comprovantes, ou conforme o que estiver estabelecido na apólice.
Dicas
- Durante a viagem, é indicado carregar sempre o telefone da central de atendimento, para o caso de uma eventual emergência.
- Dê preferência a um seguro viagem com atendimento 24 horas e falado em português.
- Muitos seguros não cobrem tratamentos ou despesas com doenças pré-existentes. Se esse for o caso, verifique as regras e a possibilidade de contar com essa cobertura.
- Caso for alugar um carro na viagem, é importante também se informar sobre o seguro do veículo e sua cobertura para danos a terceiros, que não estão incluídos nos seguros de viagem.
- Se você esqueceu de fazer o seguro antes de partir, ele ainda pode ser contratado durante a viagem. Basta solicitá-lo direto com o agente de viagem ou pela internet.
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