Vou a Gramado pelo menos uma vez por mês e, para quem diz que já viu tudo por lá, um aviso: cada vez consigo fazer uma nova descoberta. Basta sair em busca com espírito aventureiro e disposição. A natureza é pródiga, e as possibilidades, quase infinitas.
Para um passeio contemplativo e histórico, a Linha Bonita é uma excelente opção. Descendo pelo Mato Queimado em direção a Caxias do Sul, oferece paisagens idílicas e muito rurais. Uma verdadeira volta ao passado. Pinhão, abóbora, uva, morangos, dependendo da época do ano é possível comprar os produtos diretamente na fonte.
Leia também
O que ver e fazer nos caminhos que levam a Gramado
Turismo rural é atração em Gramado e Canela
Onde fazer enoturismo no Rio Grande do Sul
Conheça 5 rotas turísticas para curtir Bento Gonçalves
Descendo a estrada Professora Elvira A. Benetti (à direita na Av. das Hortênsias, sentido Gramado-Canela), trilha que pode ser feita até a pé (contanto que alguém possa buscar de carro, porque a subida na volta é dureza!), são menos de 10 quilômetros de distância. No coração da Linha Bonita, o Moinho Cavichion pede uma parada mais demorada. É uma pintura em cada detalhe, cheio de patinhos nadando em seu lago, uma paisagem quase intocada.
Moinho Cavichion. Foto: Mylene Rizzo, arquivo pessoal
Linha Bonita tem também a indefectível capelinha e indicações de seguir o passeio para a Cachoeira do Panelão ou Linha Ávila. Seguindo para o fundo do vale, em direção a Caxias, acaba o asfalto, e a passagem pela ponte de ferro nos leva a Vila Oliva e a outras possibilidades a serem exploradas.
Pousada oferece experiência espiritual na serra gaúcha
Turismo de aventura é destaque em roteiro na serra gaúcha
Uma opção mais familiar e de fácil acesso (por estrada de terra) é o Eco Parque Sperry, na Linha 28, no Vale do Quilombo. É uma propriedade de 20 hectares de Mata Atlântica aberta a visitação e onde pode-se vivenciar, em uma trilha de uma hora de caminhada, o espetáculo de quatro cachoeiras. Para completar o passeio, o restaurante Bêrga Motta oferece um bufê com delícias que vão além do trivial - entre as especialidades do fogão à lenha, que promovem um resgate da culinária dos antepassados, destaque para o frango assado na cerveja com batatas coradas e alecrim, escondidinho de mandioca com costela desfiada, macaroni ao molho de carne de panela com cogumelos frescos e polenta recheada ao forno com ragu de calabresa. Quem vai ao restaurante não paga entrada no parque.
Restaurante Bêrga Motta. Foto: Mylene Rizzo, arquivo pessoal
A trilha é totalmente demarcada, autoexplicativa e leve para caminhantes de final de semana. A Cachoeira do Trombão é a primeira que se avista, linda, alta e distante. Vai dando o clima. A Cachoeira do Poço é perfeita para um banho, tem uma piscina natural com água cristalina e gelada como deve ser. Só não me atirei porque estava despreparada: na próxima não vou deixar de levar biquíni. A Cachoeira da Usina tem 45 metros de altura, com mirante e tudo. Pode-se descer os mais de 200 degraus até sua base, um passeio que já serve para queimar as calorias do almoço.
Cachoeira do Trombão. Foto: Mylene Rizzo, arquivo pessoal
Enfim, não precisa ir longe nem gastar muito para curtir uma bela viagem. Basta sair do conforto habitual e estar aberto a novas descobertas. O sábado fora do sofá foi delicioso, e o fim de semana rendeu quase como se fosse férias.
* Mylene Rizzo é uma das autoras do blog Viajando com Arte
Leia mais sobre viagem e turismo