Em entrevista ao Gaúcha Atualidade desta quarta-feira (23), o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, detalhou as ações de um dos mais visados destinos dos gaúchos na temporada de verão, marcada atualmente por um ano de pandemia. Desde a última segunda-feira (21), o setor hoteleiro está liberado a funcionar com 100% da ocupação em hotéis e pousadas.
Segundo Moisés, o Estado quer evitar a "clandestinidade" e, por isso, aposta no controle próprio da rede para administrar o distanciamento entre turistas no verão dentro dos hotéis. A decisão foi anunciada pelo governo do Estado no último dia 14 e atende a reivindicações do setor, que tinha dúvidas de como fazer as reservas para as festas de fim de ano em meio à pandemia do coronavírus.
— Liberamos algumas atividades, sob alguns protestos. Praticamente tudo funciona em Santa Catarina. A gente trabalhou normas para esses espaços. Fizemos uma leitura de que havia uma demanda muito grande pela vinda ao litoral. A rede hoteleira já tem pré-reserva. Se pensou em ampliar para 50%, mas veio a discussão sobre clandestinidade. Ou você fecha as divisas do Estado, ou vai ter clandestinidades. Entre clandestinidade e hotel bem regrado, o hotel tem condições. Você não vai ver 15 pessoas em um quarto. Isso é fiscalizado pelo próprio empreendimento — avaliou Moisés.
Um novo decreto entrou em vigor na última segunda-feira (21), com flexibilizações para diversas outras atividades, entre elas parques aquáticos e eventos sociais (como casamentos e aniversários), mas dependerão da classificação da região no mapa de risco divulgado pelo governo do Estado. Nos próximos dias, segundo o governador, serão criadas regras para a convivência na beira da praia.
Atualmente, 15 das 16 regiões catarinenses estão na matriz de risco gravíssimo. Carlos Moisés acredita que o Estado fez a parte dele ao ampliar leitos de UTI, mas não vai agir de forma "paternalista":
— Entendemos que precisamos estabelecer regras. As pessoas virão ao litoral e será impossível prender as pessoas em casa. O momento atual é de corresponsabilidade. A ideia é que tenhamos regras para tudo, com a ́ população do nosso lado. As pessoas que explorarem a praia, elas terão que manter distanciamento. As pessoas serão orientadas a permanecer com grupos familiares — diz.
— Não se pode ter uma ideia paternalista de que a gente vai pegar pelas mãos e permitir movimentos. Portanto, se você tem vulnerabilidade, não deve vir. É o momento do cidadão fazer a sua parte — completa.