Mesmo com as obras em andamento, o Parque Náutico da Lagoa dos Quadros, em Capão da Canoa, está aberto para visitação e é mais uma opção de lazer para curtir no Litoral Norte. A prefeitura da cidade tem se esforçado na divulgação da nova área pública, com fixação de cartazes no Centro da cidade.
Fechado há quase duas décadas — em razão de disputa judicial entre a prefeitura e o antigo proprietário e à espera das licenças ambientais —, a área, até pouco tempo de chão batido em sua maioria, está com outra cara. O piso com pedras de concreto no acesso ao local e as placas de boas-vindas ilustram a mudança.
— Esse local estava abandonado. A criminalidade ocupava, porque ninguém vinha aqui —relata o secretário de Turismo, Indústria e Comércio da cidade, Itamar Trombetta.
O trapiche, que estava praticamente destruído, foi revitalizado, com melhorias nas laterais e no encontro da estrutura com a lagoa. O pavimento foi todo trocado, utilizando as mesmas pedras do acesso ao parque. Antes de chegar na extremidade, local que futuramente receberá embarcações, do lado esquerdo, o visitante terá um refúgio à disposição. Foram construídos um deque e um mirante coberto. Ou seja, quem quiser escapar do sol ou da chuva poderá ficar embaixo da estrutura e apreciar a linda vista da Lagoa dos Quadros.
Morador de Santa Maria e trabalhando no litoral, o guarda-vidas Marcos Rafael, 35 anos, aproveitava o dia de folga com a família quando a reportagem de GaúchaZH esteve no parque, na quarta-feira da semana passada (5). Pela primeira vez no local, aproveitavam para fazer fotos na sombra.
— É muito legal aqui. Vou voltar certamente — disse ele.
Um cordão de aço impede o acesso ao trapiche por veículos, mas pedestres podem passar.
Calçadão e letreiro
Além da revitalização do trapiche, foram utilizadas pedras portuguesas no calçadão construído às margens da chamada Prainha, local que futuramente servirá para banho e aluguel de pranchas e outros equipamentos utilizados em esportes náuticos. No meio do calçadão, estão o desenho de um barco (utilizando pedras escuras em meio ao piso claro) e o tradicional letreiro com o nome da cidade de Capão da Canoa, semelhante ao que existe na beira da praia. Dois pergolados nas extremidades embelezam o local.
Moradora da cidade, Lizete Pontes de Souza, 55 anos, que circulava pelo parque de bicicleta com o filho Luiz Eduardo, 12 anos, recorda do tempo em que frequentava o parque na década de 1980:
— Era tudo de chão batido. Agora, ficou maravilhoso. Aqui é bom, por exemplo, para trazer a família para tomar chimarrão. Todo mundo falava que era bonito. E realmente é. Voltarei, sem dúvida.
Daniel Tavares, 44 anos, que trabalha em um quiosque na beira da praia, aproveitou o dia de folga para também conhecer o parque. Acompanhado da esposa, Bárbara Ramalho Paz, 40 anos, teceu elogios ao local, mas criticou a falta de placas sinalizando a área revitalizada.
Saiba mais sobre o parque
- História: antes de ser fechado em razão do abandono e da disputa judicial, há cerca de 20 anos, o parque, criado na década de 1980, recebia muitos visitantes e era bastante frequentado por praticantes de esportes náuticos. Era tradicional nessa área o passeio na embarcação chamada Mississipi.
- Custos: segundo a prefeitura de Capão da Canoa, responsável pelos custos da obra, a revitalização do Parque Náutico da Lagoa dos Quadros vai custar R$ 1,5 milhão ao final dos trabalhos. A primeira etapa, no valor de R$ 970 mil, foi concluída e entregue à comunidade, com a revitalização do trapiche, a construção do calçadão, recuperação do pavimento de acesso ao local e instalação de banheiros, lixeiras e bituqueiras.
- Sem banho: apesar de aberto ao público e liberado para visitação, o parque não está com liberação para banho na lagoa porque ainda não foram retirados todos os restos de obra da extremidade do trapiche e porque não há guarda-vidas no local. Mas frequentadores têm se banhado na lagoa. Conforme o coordenador da Operação Verão do Litoral Norte, tenente-coronel Cláudio Morais, neste momento, não há previsão de encaminhamento de profissionais para a área.
- Acesso: o principal já está pronto, mas quem utiliza aplicativos de localização ainda não consegue encontrá-lo nos mapas. A reportagem de GaúchaZH, por exemplo, só encontrou uma entrada secundária para chegar ao local. O motorista que utiliza a Estrada do Mar precisa ficar atento ao quilômetro 34, próximo a um grande condomínio de casas. Nesse ponto, terá de utilizar uma via lateral e pegar a Rua 63, passando por baixo de um túnel para ingressar no parque. Para quem está na cidade, a Avenida Valdomiro Cândido dos Reis é opção para chegar à Rua 63. Não há placas nas vias indicando onde fica o parque. Segundo a prefeitura, é porque a área não está 100% pronta, apesar de aberta à visitação.
- A entrada é gratuita.
Obras ainda pendentes
- Retirada de vegetação aquática e do lodo formado na beira da Prainha.
- Cercamento do parque. Quando concluído, o acesso seguirá gratuito, mas será exigida identificação. A intenção da prefeitura era firmar acordo com a iniciativa privada para a construção, mas, conforme o secretário de Turismo, demoraria muito para iniciar os trabalhos e entregar a obra para o público. Por isso, a decisão de utilizar recursos próprios do município.
- O objetivo da prefeitura é concluir todo o parque em abril deste ano.
- Concluir a instalação da iluminação no local.
- Até o Carnaval, a prefeitura pretende firmar contrato com a empresa que vai oferecer passeios de helicóptero. A aeronave deve ser utilizada para traslado da lagoa até a beira da praia e vice-versa. O local para pousos e decolagens à beira-mar ainda está sendo definido.
- A área também contará aluguel de equipamentos para prática de stand-up paddle, kite surfe e remo. O primeiro chamamento público acabou deserto.
- Além disso, o parque deverá ser usado para realização de eventos e contará com food trucks.
- Também está prevista a pavimentação de uma área ao lado da pista de motocross para que as pessoas possam fazer churrasco, já que há placas no trapiche e no calçadão impedindo o assado.