Ao som de apitos da Guarda Municipal de Torres, veranistas eram alertados para sair das áreas de risco do Morro das Furnas, no Parque da Guarita, na tarde desta terça-feira (14). Pela manhã, o professor de capoeira Juliano Pinto, de 45 anos, morreu ao cair da Torre do Meio, a uma altura de aproximadamente 35 metros. Após ouvir testemunhas, a Polícia Civil acredita que se trate de um acidente, disse o delegado Juliano Aguiar, da delegacia do município.
Placas informativas espalhadas por diversos pontos e panfletos entregues na entrada da atração turística informavam os visitantes sobre os riscos do local. No entanto, muitos ignoravam os avisos e agiam com imprudência.
— As pessoas abusam. E com esse vento...— comentou a dona de casa Vera Lúcia de Souza, de Porto Alegre.
— As pessoas veem o perigo e não se preocupam. Mas poderia ter placa de "não ultrapasse" — sugeriu o gestor financeiro Roberto Souza.
De chinelo de dedo e celular em punho, o vendedor de Santa Rosa Éverton Schonewald se posicionava na ponta do morro para fazer uma foto. Questionado sobre o risco, ele disse que estava longe da borda e garantiu que "não vale tudo por uma selfie".
— Viemos de lá (apontando para a praia) e não vi nenhuma fita (de isolamento), nada que impeça as pessoas de irem mais para a ponta — disse.
Sobre a possibilidade de a prefeitura instalar cercas no local, o secretário de Turismo de Torres, Fernando Néry, foi taxativo:
— Com certeza não. É uma área 100% natural. Seria como colocar cerca nos cânions.
Fora os avisos sobre os riscos de queda, equipes da Guarda Municipal monitoram a movimentação de turistas nos morros, garantiu o secretário.
