Considerado um dos gargalos da Região Metropolitana de Porto Alegre, o entroncamento da RS-040 com a RS-118, em Viamão, deve enfim receber um viaduto. A construção que pode ajudar a aliviar os congestionamentos no local, frequentes em períodos como o fim de ano e durante o verão, está prevista para ter início em fevereiro, com conclusão estimada em 12 meses. Com licitação realizada em 2010 e contrato assinado em 2011, o projeto será viabilizado em 2018, conforme a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), depois de passar por ajustes que tornaram a obra menos complexa.
Entre as modificações, está o cancelamento da duplicação de quatro quilômetros da RS-040, do quilômetro 10 ao 14, do centro de Viamão até as proximidades da Escola Técnica de Agricultura. A melhoria do trecho, que seria feita em 12 interseções, passa a ser prevista em apenas três. Nesse novo projeto, não será mais preciso realizar desapropriações, o que dificultou o início da obra no governo passado.
Hoje, no local, existe um trevo ligando as duas rodovias, com sinaleiras. O viaduto será menor do que o previsto originalmente, porém a EGR não soube precisar as dimensões porque aguarda a cessão definitiva do contrato junto ao Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) do Estado — que está passando a responsabilidade do trecho para a EGR.
— Estamos fazendo uma adequação do projeto, colocando dentro da realidade financeira do Estado. Essa é uma obra complexa que vai se tornar mais simples — explica Nelson Lídio Nunes, presidente da EGR.
São pouco mais de 90 quilômetros de rodovia que separam Balneário Pinhal, no Litoral Norte, e Viamão, na Região Metropolitana. Em condições normais, completar o trecho leva, em média, uma hora e meia. No entanto, motoristas relataram lentidão de até seis horas para percorrer a RS-040 entre a noite de segunda-feira e a madrugada de ontem.
Um acidente entre seis veículos que ocorreu pouco depois da meia-noite contribuiu para a lentidão, mas congestionamentos são frequentes na rodovia — especialmente no trecho em que há o entroncamento com a RS-118. Doutor em Transportes, João Fortini Albano explica que isso se deve principalmente por conta do fluxo de diferentes estradas que acabam confluindo para o mesmo ponto.
— Em casos assim, o viaduto ajuda a amenizar o problema. Só não se pode fazer uma obra pequena, que em pouco tempo já não vai dar conta do volume de veículos — diz Albano.
Usando R$ 14 milhões de recursos próprios — valor 57% menor que os R$ 33 milhões do projeto original, que tinha tempo de execução estimado em 18 meses —, a EGR acredita que, neste ano, a obra vai finalmente sair do papel. O viaduto será erguido com pista dupla, prevendo uma eventual duplicação da rodovia. Estão previstas ainda melhorias na sinalização, inspeção de estruturas como pontes e construção de terceira faixa em alguns pontos ainda a ser definidos.