O dia 31 de outubro costuma ser lembrado, anualmente, por doces, fantasias e decorações assustadoras. A data do Halloween, que tem um forte apelo comercial e cultural nos Estados Unidos, também conquistou espaço no Brasil, promovendo festas e aquecendo o comércio, mesmo não sendo feriado.
O que poucos sabem, no entanto, é que a festa como a conhecemos hoje carrega uma história de celebração pagã com mais de mil anos.
Ela foi levada aos Estados Unidos pelos irlandeses. Nas culturas celtas, o dia 31 de outubro marca o início dos dias frios, com o inverno chegando em dezembro no Hemisfério Norte. A data era conhecida como o dia de Samhain, uma celebração de três dias que lembra o "Dia dos Mortos", marcado pelo retorno deles ao mundo em que vivemos.
Segundo a coordenadora acadêmica do Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano, Natália Matte, porém, na Idade Média, a igreja católica passou a condenar essas celebrações, rotulando-as como “Dia das Bruxas”.
Assim, o Dia de Todos os Santos foi alterado para 1º de novembro, data do Samhain, em uma tentativa de cristianizar o festival. Isso acabou misturando tradições pagãs e cristãs e, com o tempo, deu origem ao Halloween, junção em inglês das palavras hallow, que significa santo, e eve, que significa véspera.
Importância econômica e simbolismo
Hoje, o Halloween é uma das maiores celebrações não cristãs dos Estados Unidos. A data movimenta o comércio, superando até datas tradicionais como o Dia dos Namorados e a Páscoa em alguns Estados.
As abóboras com rostos iluminados, símbolo icônico do Halloween, também têm raízes pagãs. No Samhain, época de colheita, legumes da estação, como abóboras e nabos, eram usados para esculpir rostos e criar lanternas, que guiavam os mortos em sua visita aos vivos.
Já o costume de se fantasiar e pedir doces foi uma adaptação americana, consolidada por filmes e séries. Na noite de 31 de outubro, crianças saem para a clássica brincadeira de “gostosuras ou travessuras”.
Bruxas e Halloween
A conexão entre o Halloween e as bruxas só se consolidou no século 20. A feitiçaria moderna foi popularizada nos Estados Unidos por uma bruxa inglesa chamada Sybil Leek.
Desde sua primeira visita aos EUA, em 1965, Sybil tornou-se uma figura midiática. Ela afirmava que o Halloween era o principal feriado wiccano, comemorado como se fosse o ano novo. Outro nome importante foi Laurie Cabot, que, em 1971, abriu uma loja em Salem, cidade famosa pela caça às bruxas, fortalecendo a relação entre bruxaria e Halloween.
Outras hipóteses apontam a origem dessa conexão para outros fatores. Uma antiga crença dizia que o dia 31 de outubro era um especial para que mulheres soubessem quem seria seu futuro marido, e, assim, procuravam bruxas para adivinhações, perpetuando a presença delas nessa celebração.