Um estudo divulgado nesta sexta-feira (26) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE) do Estado referente ao ano de 2021 mostra que a covid-19 foi um fator determinante para reduzir a expectativa de vida no Rio Grande do Sul em relação ao ano anterior. Dados daquele ano apontam que os gaúchos vivem em média 76,38, um ano a menos do que em 2020.
Essa é a primeira vez que a expectativa de vida dos gaúchos cai desde o início da série histórica, em 2010. O índice iguala o patamar atingido em 2015, quando a idade estimada era de 76,39 anos. O estudo apontou que as doenças infecciosas e parasitárias, categoria que inclui a covid-19, foram as principais causas desse ano.
As doenças contagiosas (entre elas a causada pelo coronavírus) foram responsáveis por 26,4% dos 117.722 óbitos no território gaúcho. Isso significa que uma a cada quatro mortes foram causadas por esse tipo de doença. Segundo a autora do estudo, pesquisadora Marilene Bandeira, a faixa etária mais atingida foi a dos idosos.
— Apesar dos óbitos na terceira idade terem impacto um pouco menor na expectativa de vida, diferente dos óbitos por acidente ou homicídio, que acontecem mais cedo, impactou bastante pois foram muitos óbitos. O fato de doenças infecciosas chegou a ser a nona causa de mortes, então podemos dizer que há sim uma influência da pandemia — explica.
Marilene destaca que a queda inédita pode se tratar de um fenômeno pontual, já que dados preliminares de 2022 já apontam para o retorno de um crescimento no tempo vivido pelos gaúchos.
— Pelo que vimos dos dados que saíram em 2022, foi pontual. Acho que a tendência agora é começar a melhorar novamente, só que como nós baixamos nos níveis que a gente estava entre 2013 e 2015, vai demorar um pouco para retomar o nível que a gente estava anteriormente.
Os dados foram obtidos a partir de dados do próprio DEE, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), junto ao Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS) – vinculado ao Ministério da Saúde, e da Secretaria de Saúde do Estado. Para a realização de um novo estudo consolidado referente à 2022, a pesquisadora aguarda uma atualização da base de dados dos anos anteriores corrigida pelas novas informações obtidas no último Censo.