Altura média de 18 a 22 centímetros, 2 a 4 quilos e independente. A raça spitz alemão anão ou lulu-da-pomerânia tem se tornado popular por ser ideal para viver em locais pequenos. Espaços como apartamentos, aliás, podem até ser benéficos para o cão:
– O ambiente de apartamento acaba sendo mais favorável à manutenção de uma limpeza adequada do animal – explica Alan Gomes Pöppl, professor adjunto do Departamento de Medicina Animal da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
O comportamento dele também contribui para estar como um dos mais queridos. Além de companheiro, ele possui bastante energia, e por isso, é uma raça que marca presença na rotina da casa.
– De maneira geral, são muito alegres e brincalhões. São animais dóceis. Para pessoas que têm crianças pequenas, eles tendem a se dar bem e com outros animais também – continua.
O lulu-da-pomerânia não gosta, em geral, de ficar sozinho. Ele pode se tornar uma animal ansioso se não for acostumado desde pequeno a ficar sozinho em casa. Também são curiosos e ousados.
Pelas características singulares, os lulus-da-pomerânia crescem em popularidade no Estado e país. Embora não existam dados oficiais em relação aos cães mais procurados, indicativos de entidades privadas auxiliam a entender esse cenário. Segundo o PetCenso 2021, a raça está em quinto lugar entre as mais presentes nas casas brasileiras. O levantamento é realizado pelo aplicativo DogHero, a partir do cadastro dos pets pelos tutores.
Karina Salvagni Castilla vê essa crescente em seu trabalho. Ela é médica veterinária da Cia Animal em Porto Alegre, e já percebe a presença maior do spitz no local para consultas e banhos.
– Na verdade é uma raça que existe a bastante tempo, mas tem aumentado a procura. A gente tem visto pessoas adquirindo principalmente pela aparência, tamanho, temperamento alegre – ressalta.
Lulu-da-pomerânia em apartamento
Apesar da praticidade, como todo animal, ele exige cuidados específicos. Um dos principais é com a pelagem, que chama atenção por ser volumosa. Por isso, são necessários banhos periódicos de no mínimo 10 dias e eventuais tosas higiênicas, principalmente para manter a região da genitália limpa. Também, quando identificados problemas de saúde, procurar um médico veterinário é indispensável.
– Em termos de saúde, como a maior parte dos cães de pequeno porte, eles têm algumas pré-disposições a doenças como alterações ortopédicas [doenças articulares e lesões em músculos], colabamento de traqueia [diminuição no diâmetro da traqueia que causa tosses], endocardiose [doença degenerativa de válvulas cardíacas que acontece mais em animais mais velhos] – exemplifica o pesquisador.
Outra doença marcante que pode desenvolver pode ser frustrante aos tutores. É a Alopecia X, uma condição semelhante à calvície humana que faz o pelo do animal cair e a pele escurecer, mais comum em machos jovens não castrados. Conforme Pöppl, a origem da doença ainda não é um consenso entre os especialistas, mas parece relacionada à sensibilidade anormal da pele.
Então, mais que o preço de compra do animal, que varia de R$ 4 a 6 mil, o tutor tem que estar preparado para outros gastos com a saúde do cão e observar vários aspectos ao acolher o lulu-da-pomerânia em apartamento.
Produção: Paula Appolinario