Ao longo dos últimos seis meses, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) contabilizou, no Rio Grande do Sul, quase 10,3 milhões de habitantes, durante a aplicação dos questionários do censo demográfico. Contudo, pelas projeções do órgão, ainda faltam recensear pelo menos outras 200 mil residências onde vivem, por estimativas, entre 600 mil e 700 mil pessoas.
Essa população - até o momento estimada - inclui dois grupos: os que não estavam em casa nas vezes em que os recenseadores bateram à porta e aqueles que se negaram, até aqui, a colaborar com o censo. A meta atual do IBGE é aplicar os questionários a essas pessoas e encerrar o censo no Rio Grande do Sul até o fim deste mês.
A meta do instituto é aplicar os questionários em, no mínimo, 95% de cada cidade. Nos menores municípios, o instituto percebe maior colaboração da população e facilidade de realizar o trabalho. O índice atual é de 96% de resposta nas cidades gaúchas com até 170 mil habitantes. O problema de coleta de dados se encontra, especialmente, em Porto Alegre e em outras cidades com maior população. Na Capital, cerca de 83% da população foi recenseada até o fim de janeiro.
— Temos situações deste tipo em Porto Alegre, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Caxias do Sul, Passo Fundo, Santa Maria, Rio Grande, onde a gente ainda está tentando chegar neste patamar de 95% — destaca o coordenador operacional do Censo no Estado, Luís Eduardo Puchalski.
Para os casos de habitações que ainda estão sem resposta, há uma solução por telefone. O IBGE permite que o morador agenda a visita do entrevistador por telefone, por meio do Disque-Censo 137. A ligação é gratuita e pode ser feita de qualquer telefone fixo ou celular todos os dias da semana, incluindo finais de semana e feriados, das 8h às 21h30min.
— Ao final do censo no Estado, nós devemos ter uma população entre 10,9 milhões e 11 milhões. Hoje temos já recenseados 10,3 milhões. Estamos nesta fase: retornar para tentar encontrar estas pessoas. Tem o telefone 137 disponível e, às vezes, é a alternativa porque tem muito domicílio com uma pessoa só morando. Às vezes a pessoa trabalha, estuda e quando chega na sexta-feira vai para a praia — relata Puchalski.
Até 31 de janeiro, foram aplicados os questionários em pouco mais de 4 milhões de domicílios gaúchos. Em 59 mil dessas residências houve recusa de moradores em participar.
O Censo começou em 1º de agosto e tinha a meta de ser concluído, no país, no fim de outubro. Além da resistência e falta de colaboração de parte dos moradores, o recenseamento está atrasado pela dificuldade do IBGE em recrutar e manter os profissionais que são contratados temporariamente para o serviço.
— Esta é uma dificuldade que enfrentamos desde o início da coleta. Hoje temos aproximadamente 1,8 mil recenseadores trabalhando no Estado. Se tivéssemos mais uns 300, estaríamos em uma situação mais confortável para concluir até 28 de fevereiro — avalia Puchalski.
Das quase 10,3 milhões de pessoas identificadas no Estado até aqui, 5,3 milhões são mulheres e 5 milhões são homens. Os dados ainda parciais também mostram 34,2 mil que se declaram indígenas e 16,7 mil que se declaram quilombolas.