Um dos mais renomados pesquisadores das histórias de Porto Alegre e do Estado, com quase 30 livros lançados, Sérgio da Costa Franco faleceu nesta quinta-feira (13), no Hospital Moinhos de Vento, na Capital.
O historiador e professor do Programa de Pós-Graduação em História da Escola de Humanidades da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) Charles Monteiro, além de colega de profissão, era um admirador do trabalho de da Costa Franco, assim como muitos outros gaúchos.
Monteiro contou a GZH um pouco sobre o legado deixado pelo colega, um dos maiores historiadores de Porto Alegre.
“Se eu tivesse que escrever sobre Sérgio da Costa Franco, eu escreveria sobre a trajetória (dele) pesquisando sobre Porto Alegre, com uma enorme identidade da história da cidade.
Ele não é um porto-alegrense nato, mas é alguém que trabalhou em alguns trabalhos de referência, que nos servem até hoje como baliza para começar uma pesquisa. Como o dicionário de Porto Alegre (Porto Alegre: Guia Histórico), com as ruas, praças, datas e principais espaços da cidade, que é uma obra de referência que tem várias edições. Ou como Porto Alegre e Seu Comércio porque, afinal, é um porto e ele então vai trabalhar sobre esses aspectos da formação do porto de Porto Alegre.
Outra questão importante que ele abordou da cidade está em Porto Alegre Sitiada, que é um livro onde ele aborda a questão da Guerra dos Farrapos em Porto Alegre, que conta uma série de eventos e faz uma cronologia da tomada, dos combates e acontecimentos da guerra. Ele também organizou, com outro colaborador, um conjunto de textos de viajantes que escreveram sobre Porto Alegre nos séculos 19 e 20. Sérgio tem essa lista de obras que aborda a cidade, escrita sobre a cidade. E ele fez muitas palestras, teve atuação pública nos meios de comunicação escrevendo sobre a cidade.
Desde os anos 1970 e 1980, ele colaborou muito no rádio, no jornal. Era uma pessoa pública e uma pessoa respeitada entre seus pares. Ele não era exatamente um acadêmico, mas alguém que trabalhou muito em arquivos e que teve uma participação importante na produção e elaboração da história de Porto Alegre.
Esse ano, com a comemoração de 250 anos, temos que, de uma certa forma, reconhecer e comemorar essa produção, importante para todos os cidadãos, para todos aqueles que vivem e que amam essa cidade.”