Uma das atrações do Festiqueijo de Carlos Barbosa, na serra gaúcha, é a Vila das Etnias, um espaço especial que desperta o orgulho e a sensação de pertencimento nos moradores do município. Tratam-se de casas temáticas vinculadas aos povos colonizadores da cidade.
Suíça, Alemanha, Polônia e Itália estão representadas por casas próprias. Uma quinta casa abriga conteúdos históricos, artísticos e culturais das etnias francesa, holandesa, espanhola, austríaca, ucraniana, luso-brasileira e de matriz africana, também presentes na localidade.
— Estou encantada com tudo e com as etnias. O Festiqueijo melhorou 1000% — diz a moradora Eva Marlene Pereira, que vive há 15 anos na cidade e sempre prestigia o evento.
Segundo o diretor de Marketing e Planejamento do Festiqueijo 2022, Marcius Dal Bó, a novidade foi planejada para levar o evento para além do espaço fechado.
— Nós queríamos levar para fora do salão a mesma energia do evento, para integrar a comunidade nesse espírito festivo. Pensando nisso, nós criamos a Vila das Etnias. Temos uma formação étnica que vai além da italiana, que é a predominante. Nós somos o berço da colonização suíça e polonesa no Rio Grande do Sul, e temos a alemã, que é numerosa — explica.
Localizada na Rua Coberta, e com acesso gratuito para o público, a Vila das Etnias possibilita ao visitante um mergulho no passado histórico da região. São fotos, documentos, objetos de decoração, utensílios e muitas coisas gostosas para provar. Na casa polonesa, por exemplo, era servido bolo de maçã no primeiro fim de semana do evento. Conversando com os voluntários que cuidam das casas, é possível descobrir a receita de como fazer sopa com sangue de pato.
O secretário municipal de Desenvolvimento Turístico, Indústria e Comércio de Carlos Barbosa, Fabio Rogerio Basso, compartilha o que sente quando circula pelo local:
— Percebi a alegria das pessoas entrando nas casas da Vila das Etnias. Tem a questão da memória afetiva, pois as pessoas veem as coisas nas casas e lembram que havia aquilo na casa da avó.
Na casa alemã, há fartura de cucas e outros bolos. Quem passar pela casinha das demais etnias, pode experimentar a sangria e os deliciosos biscoitos amanteigados espanhóis. Para os amantes de trufas, a dica é visitar a casa suíça — uma das mais decoradas, inclusive com bandeirolas e flâmulas —, onde há variedade de quitutes e de bebidas. Também são oferecidas ali Les Merveilles, que são semelhantes ao grostoli italiano.
É possível acompanhar os trabalhos manuais típicos e uma agenda de shows de música e dança em um palco exclusivo. Um armazém com produtos do Festiqueijo também está instalado perto das casinhas. Em outra extremidade, há um forno a lenha onde o pão colonial é assado e comercializado aos visitantes. Entre as atrações que cada casa oferece estão, ainda, uma oficina de capeletti, chopes e pierogi. Tudo é para dar água na boca.
O presidente do Festiqueijo, Cláudio Chies, resume o sucesso da iniciativa:
— Todo povo tem sua cultura e Carlos Barbosa é uma nação de muitas etnias. Somos resultado dessa miscigenação que resultou de uma mistura bem acabada de mais de dez etnias.
Feira
Além da Vila das Etnias, a feira "Feito em Barbosa", com produção 100% local, também tem entrada gratuita. Instalada no Pavilhão da Tramontina, ao lado da Rua Coberta, a feira tem 28 expositores. Os produtos são dos setores do vestuário, acessórios, papelaria, brinquedos, artesanato, alimentação, entre outras opções. Esse é o lugar ideal para achar um blusão quente ou uma manta para se proteger do frio.
Festiqueijo
- O quê: 31º Festiqueijo
- Quando: De 1º a 31 de julho, de sextas-feiras aos domingos
- Local: Salão Paroquial da Igreja Matriz de Carlos Barbosa
- Horários: Sextas-feiras (14h às 23h); sábados (11h às 23h); domingos (10h às 17h)
- Ingressos: Conforme o dia e a faixa etária, os valores variam de R$ 80 a R$ 380. Os ingressos podem ser adquiridos aqui e também na bilheteria do evento, além do Supermercado da Santa Clara e do Posto Guerra, em Carlos Barbosa.