O ex-delegado da Polícia Civil Pedro Carlos Seelig morreu na terça-feira (8) em Porto Alegre, aos 87 anos. A morte foi confirmada pela Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Sul (Asdep), que não informou a causa. As cerimônias fúnebres ocorreram na tarde desta quarta-feira (9), no Crematório Angelus, na Capital.
Em nota, a entidade lamenta a morte e destaca que Seelig integrou a Polícia Civil por muitos anos, desde a antiga Guarda Civil, passando por diversos setores da corporação, como o Departamento de Ordem Política e Social (Dops). Na Asdep, ele foi membro de diversas diretorias da entidade.
O delegado foi um dos agentes públicos do Rio Grande do Sul que tiveram seus nomes citados por violações aos direitos humanos no relatório da Comissão Nacional da Verdade, instaurada para investigar transgressões cometidas durante o regime militar. Ele foi acusado de participação em casos de detenção ilegal, tortura e execução, mas nunca foi condenado, devido à falta de provas.
Um dos episódios emblemáticos no qual ele teria envolvimento é o do sequestro de dois ativistas uruguaios, Lílian Celiberti e Universindo Díaz, ocorrido em 17 de novembro de 1978. O caso tem relação com a Operação Condor, nome dado à cooperação entre os governos militares dos países do Cone Sul.
Os ativistas, que citaram nominalmente Seelig de participar da operação, depois de capturados, foram transportados até o Uruguai, mas lá foram libertados graças a uma denúncia em uma reportagem feita por jornalistas brasileiros, publicada na revista Veja.