Uma das maiores e mais antigas democracias do mundo simboliza, nesta segunda-feira (17), o combate a homofobia, transfobia e bifobia. Em uma ação para marcar o dia da luta contra isso, o Consulado-geral dos Estados Unidos da América em Porto Alegre sustenta a bandeira do arco-íris – símbolo dos grupos LGBT+ – na mesma haste que a do país norte-americano.
O hasteamento ocorreu pouco depois das 9h - o consulado fica no bairro Passo D’Areia (esquina da Avenida Assis Brasil com a Rua Bezerra de Menezes), zona norte da Capital. Foi observado pelo chaveiro Adair Regio, 62 anos, que tem uma banca ao lado do edifício.
— Chama atenção. Tudo que chama atenção é útil para isso (conscientizar) — define.
O cônsul-geral, Shane Christensen, foi o responsável por erguer a bandeira. Ele vestia uma máscara com corações vazados nas cores do arco-íris. Por baixo do acessório, usava ainda outra proteção, descartável.
Os símbolos permaneceram sustentados a partir do jardim do consulado. A construção tem seu interior de difícil visibilidade a partir da rua, e segurança reforçada em todos os acessos. As duas bandeiras, no entanto, são vistas por quem circula em ambos os sentidos do viaduto Obirici, elevada vizinha ao prédio.
O céu nublado desse início de semana ressaltou as cores, vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e violeta. O esquema de seis barras é o mais comum, e a bandeira pode variar com mais tons, em determinadas impressões. No topo, foi mantido o manto dos EUA: vermelho, azul e branco, com as estrelas dos 50 Estados da federação. Rajadas de vento fizeram com que ambas tremulassem, por volta das 9h30min, durante alguns segundos.
Atos com o mesmo objetivo foram organizados em outros territórios dos Estados Unidos no Brasil, como no consulado do Rio de Janeiro e na embaixada, em Brasília. Inaugurada em 2017, a sede da capital gaúcha nunca havia realizado manifestação semelhante - durante o período, o republicano Donald Trump esteve à frente da Casa Branca.
O soldador Andrei Teixeira, 20 anos, disse que a iniciativa é “importante”. A mãe dele, a auxiliar de limpeza, Heloísa Teixeira, 36, garantiu ensinar aos filhos a importância de combater o preconceito.
— Meu menor tem só dois anos, não entende, mas tem que reforçar sempre — afirma.
Desde 2014, o 17 de maio é celebrado como o Dia Internacional contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia. Nesta data, em 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a classificação de “transtorno mental” para homossexualidade.
A bandeira será mantida no local até as 17h desta segunda. Retornará ao topo em 1º de junho – mês do orgulho LGBT+ –, e permanecerá até o dia 30.