Foi vestindo bombacha, camisa, lenço e alpargata dos menores tamanhos possíveis que os gêmeos Joaquim e Antônio receberam alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal na quarta-feira (27). As roupas típicas de gaúcho foram a forma que os pais, Lucas Ismael Soares e Bruna Flores Souza, encontraram para honrar o tradicionalismo da família, que é de Cacequi.
Os bebês nasceram prematuramente em 27 de dezembro, na Maternidade Mário Totta da Santa Casa de Porto Alegre, e estavam internados desde então. Em entrevista ao programa Gaúcha Mais, da Rádio Gaúcha, os pais dos meninos contaram como surgiu a ideia e como foi a experiência na UTI neonatal.
— A ideia foi minha. A gente vem desde criança honrando a tradição, e aí, desde que eu descobri que eram dois guris, disse para a mãe deles que eles iriam sair de lá gaúchos, com lenços atados no pescoço — disse Lucas.
Há nove anos, o casal mora em Osório, no litoral norte do Estado. Mas, de acordo com Bruna, foi em Cacequi que eles aprenderam a cultivar a tradição e amar a origem gaúcha. Em relação à espera dos filhos, Bruna relatou que foram anos tentando engravidar e, quando conseguiu, logo descobriu que a alegria seria em dobro: eram gêmeos.
— Desejávamos muito ter filhos, então a gente teve essa surpresa inesperada, porque não temos nenhum caso de gêmeos na família, nós fomos os primeiros a ter. Foi uma grande surpresa e, ao mesmo tempo, a maior alegria das nossas vidas — afirmou.
Antônio nasceu com 1.792 gramas e Joaquim com 1.474. Segundo Bruna, foi uma gestação tranquila até a 24ª semana, quando os meninos começaram a dar sinais de que queriam sair da barriga antes do tempo. Ela precisou ficar em repouso e, ao completar 31 semanas e dois dias, os bebês nasceram — e só tiveram alta um mês depois.
— Foram longos dias de espera desde o dia em que eles nasceram, quando começou a “peleia” com essa gurizada lá na neonatal todos os dias. A equipe deles foi muito atenciosa conosco, sempre nos tratam muito bem, uma atenção fora do normal — relembrou Lucas.
— Todo o tratamento que a gente teve desde o primeiro dia, o carinho que aqueles profissionais têm com cada bebezinho e com cada família. A gente tem muito a agradecer por cada um que passou por nossas vidas — completou a mãe.