Com a chegada dos dias frios, tem gente que costuma enfrentar dificuldade para se aquecer e conseguir pegar no sono. Uma solução que se pode buscar para o problema é a aquisição de um lençol térmico, mas sempre há um receio sobre a segurança da utilização desse equipamento.
Como qualquer tipo de aparelho que funciona com energia elétrica, o lençol térmico exige uma série de cuidados, mas, se bem utilizado, pode ser, sim, um grande aliado quando os termômetros apresentam baixas temperaturas.
O que é um lençol térmico?
Conhecer o funcionamento do lençol térmico pode ajudar a entender os cuidados que se deve tomar para sua utilização. O equipamento nada mais é do que uma espécie de resistência, como um chuveiro elétrico. Quando ligado na tomada, passa corrente elétrica por essa resistência, que é formada por uma série de fios condutores, entrelaçados ao longo de todo o tecido, e o lençol esquenta. Por causa desse contato com a rede elétrica da casa, a má utilização do equipamento pode provocar um choque ou até mesmo gerar um foco de incêndio.
Procure um equipamento com selo de certificação
A primeira coisa a se levar em conta na hora de optar pela compra de um lençol térmico é a procedência do produto. No Brasil, é proibida a venda sem a certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), que faz uma série de testes para garantir a segurança do equipamento.
É comum, no Rio Grande do Sul, que as pessoas aproveitem viagens para procurar pelo produto em free shops. Nesse caso, é importante se informar se o aparelho possui alguma certificação, nacional ou internacional, confiável.
Evite aparelhos antigos
Outra situação com a qual se deve ter atenção é o uso de lençóis antigos. Professor de Engenharia Elétrica da Escola Politécnica da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Odilon Duarte explica que é preciso fazer trocas periódicas de equipamento, além de uma revisão anual.
— Os lençóis térmicos duram em média cinco anos, se bem cuidados. Quando começar a temporada de frio, é importante fazer uma averiguação para conferir se ele está adequado para o uso. Se possível, chamar um eletricista de confiança — recomenda.
Duarte alerta que os aparelhos antigos muitas vezes não possuem dispositivos que garantem mais segurança ao usuário. Os lençóis que atualmente carregam a certificação do Inmetro são equipados pelo menos com termostato, que modula a temperatura do tecido – sistema semelhante ao do ar-condicionado, que liga e desliga quando o ambiente atinge a temperatura programada –, transformador de corrente, que diminui a tensão que passa pelos fios condutores, para ser menor do que a da rede elétrica da residência, e tecido impermeável e não inflamável.
Recomendações de uso
Uma dúvida recorrente sobre lençóis térmicos é se pode ou não dormir com ele ligado. Como explicado anteriormente, quando está ligado, passa corrente elétrica por toda a área do tecido. Dessa forma, qualquer falha na costura ou desgaste desses finos fios condutores pode provocar um choque ou queimadura. Por isso, a recomendação é que o lençol seja ligado apenas para pré-aquecer a cama, sendo desligado na hora de se deitar.
Outra situação que é preciso cuidar é o contato desse equipamento com água, especialmente se estiver ligado. O professor da PUCRS adverte que, caso o lençol esteja acoplado à cama, se evite o consumo de qualquer tipo de bebida:
— Eletricidade e umidade, é melhor não misturar. O ideal é não deixar nem perto.
Por ficar em contato direto com o corpo, o uso também não é indicado para pessoas com grande sensibilidade na pele, como idosos, diabéticos etc.
Não use na cama das crianças
Por se tratar de um aparelho que exige uma série cuidados e que pode ser perigoso em caso de má utilização, também não se recomenda o uso na cama de crianças. Mesmo desligado, a criança pode acordar no meio da noite e religá-lo. Outra situação que pode ocorrer, especialmente com as mais novas, é a criança fazer xixi durante a noite. Por isso, o melhor é evitar.
Tenha bastante cuidado na hora de guardar
Na hora de guardar o lençol térmico, o ideal é procurar no manual a forma recomendada pelo fabricante. Segundo Duarte, a melhor forma de preservar os fios condutores é fazer um rolinho, sem apertar o tecido. Por ser composto por uma rede de fios bastante sensíveis, é preciso ter em mente que tratá-lo de forma pouco delicada pode comprometer não só o funcionamento do aparelho como a segurança:
— Se esses fios sofrerem um grande desgaste ou romperem, na melhor das hipóteses o lençol não vai funcionar. Na pior, a pessoa pode encostar nele inadvertidamente e se machucar.
Como se lava o lençol térmico?
Assim como na hora de guardar, quando chegar o momento de lavar o lençol, o manual de instruções do fabricante deve ser consultado. As recomendações podem variar bastante de modelo para modelo. Alguns recomendam a higienização com lenços ou panos umedecidos. No entanto, alguns produtos podem até mesmo ser levados à máquina de lavar roupa, desde que nos ciclos indicados pelo manual.
— Em geral, quando permitido o uso da máquina de lavar roupa, a recomendação é que seja no ciclo leve e sem o estágio da centrifugação. De qualquer modo, é importante que o lençol fique totalmente seco antes de ser utilizado — explica o professor, reforçando que é perigoso misturar eletricidade e umidade.
Como agir em caso de combustão
A má utilização do lençol térmico pode gerar um princípio de incêndio, já que fica em contato com objetos inflamáveis, como as cobertas e o colchão. Nesse caso, é importante estar atento ao extintor que for usado para conter as chamas, já que elas são geradas por uma corrente elétrica. Portanto, na ocorrência de qualquer acidente do tipo, verifique a classificação do extintor. Ele deve ser da classe C, indicado para uso em material que propaga corrente elétrica.