Um desfile de cadeiras de rodas estilizadas reuniu, no início da noite desta quinta-feira (21), homens e mulheres de todas as idades com deficiência na Universidade Feevale, em Novo Hamburgo. As cadeiras foram estilizadas em oficinas de criatividade, realizadas gratuitamente pela instituição, com o auxílio de cerca de 50 estudantes voluntários para a customização. Participaram da ação pessoas com cinco a 54 anos.
As oficinas de criatividade foram realizadas nos dias 7 e 12 de novembro. Nelas, as próprias pessoas com deficiência customizavam suas cadeiras de rodas, a partir da pintura de discos a serem acoplados nos aros dos equipamentos, figuras coloridas em papel e posteriormente coladas nos aros e fôrmas usadas para aplicar spray nos discos.
O resultado foi diverso. Uma participante optou por pintar o contorno da artista plástica mexicana Frida Kahlo. Outra, desenhou o escudo do Grêmio. Uma terceira colou o símbolo do Outubro Rosa, de combate ao câncer de mama.
A intenção do desfile foi fazer com que usuários de cadeiras de rodas pudessem expressar a sua criatividade, o seu estilo e a sua identidade por meio do equipamento. A atividade também buscou sensibilizar a comunidade para a inclusão das pessoas com deficiência — em especial crianças e adolescentes — quanto aos aspectos lúdicos e de identidade na relação entre o usuário e a sua cadeira.
— A proposta foi trazer os usuários de cadeiras de rodas para uma realidade mais divertida, mais colorida, dar mais luz, mais brilho para a vida deles. A gente sabe que são pessoas muito alegres, felizes, e que muitas querem mostrar essa alegria que sentem, esse empoderamento, por meio de suas cadeiras — destacou a professora Jacinta Renner, coordenadora da ação Estilizando sua Cadeira de Rodas.
Para o reitor da Feevale, Cleber Prodanov, faz parte das funções de uma universidade realizar atividades desse gênero, uma vez que as instituições de ensino possuem, entre outras funções, um compromisso social com as suas comunidades.
— Queremos sempre estar presentes na sociedade. A universidade tem uma função social que vai além do conhecimento. Temos que promover a alegria, a vivência, o acolhimento, tornar o que é invisível em algo visível, dar voz às pessoas que muitas vezes são excluídas, para que possam se integrar com a universidade e também com a comunidade.
A atividade, contou com a participação de moradores de Campo Bom, Canela, Estância Velha, Ivoti, Novo Hamburgo, São Leopoldo e Sapiranga, e aconteceu na Rua Coberta do Campus II, em Novo Hamburgo.
A ação foi promovida pelo grupo de pesquisa em Design da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão (Proppex). Também participam os programas de pós-graduação em Diversidade Cultural e Inclusão Social e Processos e Manifestações Culturais e os cursos de graduação em Design, Moda, Estética e Cosmética, Artes Visuais e Engenharia Mecânica.