Uma onda de protestos tem sido vista nas últimas horas nas redes sociais da Irlanda, com repercussão em diversas partes do mundo. O motivo da comoção se dá pelo fato de que um homem de 27 anos, acusado de estuprar um jovem de 17, foi inocentado. Durante o julgamento, sua advogada mostrou para o júri a roupa íntima que a menina usava no momento do ato, e alegou que, por conta de estar usando a peça, consentiu com a relação sexual. As informações são do jornal The Idependent.
Não demorou até que uma campanha fosse criada por diversas mulheres irlandesas em apoio à jovem, que usaram a hashtag criada em um grupo no Facebook, a #ThisIsNotConsent (isso não é consentimento, em português) para postar fotos de suas roupas íntimas.
— Uma das mulheres estava brava com os comentários que estavam fazendo sobre o caso. Depois disso, uma outra veio com a formulação da hashtag — explicou Susan Dillon, que faz parte do grupo de Facebook onde a campanha surgiu.
— Se um júri é uma amostra representativa da população, é claro que temos algum trabalho a fazer para dissipar este mito arcaico de que a roupa convida ao estupro — completou.
A campanha, segundo as mulheres que a aderiram, serve para mostrar que o que se veste não significa consentimento para qualquer tipo de relação, muito menos sexual. Depois de algum tempo, mulheres do mundo todo também decidiram fazer parte, inclusive brasileiras.
Após o caso da jovem ter causado grande comoção por parte da população, o juiz John Gillen ficou responsável por revisar como o sistema criminal da Irlanda do Norte lida com casos graves de ofensa sexual.
Entre as questões que devem ser avaliadas, estão o apoio a vítimas e testemunhas, medidas de garantia do anonimato de quem denuncia e o impacto das redes sociais em julgamentos.