— Eu ainda estou surpresa. Estou surpresa em quão ridículo e natural é isso — disse Lucy Kalanithi, viúva do autor do bestseller "O Último Sopro de Vida", Paul Kalanithi, em entrevista ao jornal The Washington Post.
Essa surpresa refere-se ao seu novo relacionamento: com John Duberstein, viúvo de Nina Riggs, autora de outro campeão de vendas "The Bright Hour".
O casal divide, além das memórias póstumas de seus pares publicadas, uma doença em comum. Ambos autores morreram em decorrência de câncer. Paul, de um tumor no pulmão, que o vitimou aos 37 anos, e Nina de câncer de mama, que a fez partir aos 39.
Mas mais curioso que o envolvimento em si foi uma recomendação que Nina deu ao marido antes de morrer. Preocupada em como John levaria a vida sem sua presença, a esposa sugeriu que ele procurasse Lucy.
— Ela tem experiência com isso, ela saberá o que fazer — orientou em seu leito de morte.
Naquela época, John mal sabia quem era Lucy. Ele ainda precisava ler a obra de Paul. Lucy haviacontatado Nina após ler um texto seu no The New York Times e depois disso passou a trocar mensagens com o agente dela para saber sobre seu estado de saúde.
Dois dias depois que Nina morreu, John acatou o conselho da esposa e escreveu para Lucy: "Como durmo à noite? Como não fico louco?", questionava. A viúva respondeu imediatamente.
O volume e a intensidade da troca de e-mails cresceu, assim como o sentimento entre eles.
No fim de abril, eles se conheceram pessoalmente, durante uma viagem de Lucy. Depois, em junho, a editora de Nina organizou uma turnê de publicidade dupla para os dois, em função do tema em comum dos livros de seus parceiros mortos. Somente no fim do verão que eles começaram a falar abertamente do relacionamento. De lá para cá, as famílias — os dois filhos de John e Nina e a pequena de Lucy e Paul — se juntaram para celebrar datas importantes, como o Ano-Novo. Apesar da nova fase, nenhum deles deixou de usar as alianças de casamento.
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