Até o dia 19 de agosto a Secretaria Estadual da Saúde registrou nove mortes por meningite no Rio Grande do Sul. A maioria delas em Canoas, na Região Metropolitana. No mesmo período do ano passado foram oito mortes, ou seja, não há um surto da doença, mas é necessário ter atenção aos cuidados para evitar a contaminação.
Pensando nisso, o governo emitiu um alerta aos profissionais de saúde que atuam em emergências pediátricas para que estejam atentos a possíveis casos de meningite.
"Os principais sintomas da doença são febre alta de início repentino, dor de cabeça, vômitos, náuseas, rigidez de nuca e manchas vermelhas na pele. Em crianças menores de um ano, é importante também observar a moleira tensa ou elevada, irritabilidade, inquietação, choro agudo e persistente e rigidez corporal, com ou sem convulsões", diz o comunicado.
Ao todo, 59 pessoas foram diagnosticadas com a doença no Rio Grande do Sul até o momento. No mesmo período do ano passado foram 54. Três casos fatais da doença foram diagnosticados pelo subgrupo C, dois casos são de meningite tipo B, dois Y/W e dois sem identificação.
O Sistema Único de Saúde disponibiliza gratuitamente vacina contra o tipo C da meningite. Na rede privada há também vacinas ACWY e B. A primeira custa cerca de R$ 300 e é necessária apenas uma dose, já a B necessita duas doses, dependendo da idade da criança, e cada uma custa cerca de R$ 600.
Entenda mais sobre a doença e a diferença entre os tipos:
Um serviço disponibilizado pela vigilância em saúde estadual explica mais sobre a doença e prevenção. Segundo o órgão, a meningite é caracterizada por um processo inflamatório das meninges, membranas que revestem o encéfalo e a medula espinhal. É causada, principalmente, a partir da infecção por vírus ou bactérias; no entanto, outros agentes etiológicos também podem causar meningite, como fungos e parasitos.
Meningite bacteriana
Entre as meningites bacterianas, a Doença Meningocócica (DM) continua sendo o principal objetivo da vigilância das meningites, em função da morbimortalidade e da transcendência da doença.
Doença Meningocócica
A doença meningocócica é causada por uma bactéria que possui diversos sorogrupos, classificados de acordo com o antígeno polissacarídeo da cápsula. Os mais frequentes são o A, B, C e o Y e W. A transmissão ocorre através do contato direto pessoa a pessoa, por meio de secreções respiratórias de pessoas infectadas, assintomáticas ou doentes.
Meningite viral
As meningites virais são causadas por vírus e, em 85% dos casos, os enterovírus são responsáveis pela doença. É caracterizada por um quadro clínico com evolução autolimitada e benigna. Não há tratamento específico, geralmente requer apenas a terapia de suporte. As manifestações clínicas assemelham-se às viroses em geral.
Medidas de prevenção e controle
A principal medida de controle é a notificação e investigação oportuna da suspeita para a pronta administração da quimioprofilaxia aos contatos próximos do caso suspeito.Em situações específicas de surto de DM pode ser considerada a vacinação, desde que o sorogrupo que está causando o surto seja conhecido e se tenha a vacina disponível.Outras medidas importantes- Higienização das mãos;- Higienização do ambiente;- Ventilação do ambiente;- Cuidado com os alimentos.