Será assinado na próxima segunda-feira (28) o decreto que vai transformar o Hospital Centenário, em São Leopoldo, no Vale do Sinos, em uma instituição com atendimento exclusivo a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
A medida, de acordo com a prefeitura da cidade, vai qualificar o uso dos recursos que são destinados ao local – que enfrenta o risco do racionamento nos serviços oferecidos.
– (O decreto) Vai melhorar os atendimentos, vai qualificar a gestão e dará um indicativo à União de que queremos negociar – afirma o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi.
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O assunto foi tratado nesta segunda-feira (21) em uma reunião na sede da Secretaria Estadual da Saúde, em Porto Alegre. O Estado já sinalizou com a ampliação dos recursos repassados ao hospital.
No entanto, o valor oferecido não cobre o rombo mensal da instituição, de R$ 1,2 milhão. Por isso, haverá novas rodadas de negociação, com a inclusão dos municípios que têm o Centenário como referência e o governo federal.
– Vamos trazer para uma discussão regional a questão da distribuição dos incentivos estaduais e da utilização do teto (repassado pela União) da média e alta complexidade – relata o secretário adjunto da Saúde do Estado, Francisco Paz.
Custeio
Na terça-feira (22), Ary Vanazzi reunirá secretários municipais para discutir medidas de adequação dos atendimentos oferecidos pela instituição e os recursos disponíveis para custeio. A expectativa do prefeito é de que haja restrições em alguns serviços.
– É uma análise econômica. Vamos oferecer o que podemos pagar – diz.
Atualmente, o custo mensal do hospital gira em torno de R$ 9 milhões. Do total, cerca de R$ 6 milhões deveriam sair dos cofres de São Leopoldo. A União aporta R$ 2,3 milhões, enquanto que o Estado paga R$ 234 mil (a Secretaria da Saúde ofereceu mais R$ 180 mil para o setor de neurologia).
Referência
O Hospital Centenário é referência no atendimento de diversas especialidades para mais de 1 milhão de pessoas no Vale do Sinos. Em neurologia, por exemplo, são atendidos pacientes de 15 cidades.
A situação será utilizada para pressionar as esferas estadual e federal na busca de uma saída para a crise financeira que atinge a instituição.