Pais e alunos do primeiro ano do ensino fundamental fizeram uma manifestação em frente à Escola Municipal Emílio Meyer, Bairro Medianeira, na Capital, na manhã desta terça-feira. O motivo é a falta de professores.
No primeiro ano letivo de 2017, pais e responsáveis de 76 alunos estiveram na escola levando as crianças do primeiro ano, mas foram informados de que não poderiam deixar os filhos na instituição porque faltam oito professores. A direção da escola informou que além da falta de docentes, adaptações estruturais necessárias para atender a legislação referente às séries iniciais – como banheiros, cercamento e alterações no pátio – também não foram feitas pela prefeitura de Porto Alegre.
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Frustração
– Foi horrível. Minha filha acordou cedo, arrumou a mochila, preparou o material escolar e não teve aula – lamentou a vendedora Thuane Almeida, 26 anos, lembrando que na segunda-feira, muitas crianças saíram da escola chorando, desapontadas.
Acompanhada da mãe e da irmã Thalita, de três anos, a pequena Alessandra de Lima, seis anos, explicou o que estava fazendo na escola na manhã desta terça-feira:
– Eu quero conhecer tudo! Mas não tem professor. Então vim pedir professor.
De acordo com a diretora Deliamaris Acunha, as três turmas de primeiro ano foram abertas no final do ano passado, num processo de implementação das séries iniciais do ensino fundamental que está ocorrendo na escola desde o ano passado, com a criação de cinco turmas da educação infantil.
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Durante todo o verão, Deliamaris enviou e-mails à Secretaria Municipal da Educação (Smed) solicitando os professores para atendimento das turmas em turno integral. Ao todo, faltam três professores titulares das três turmas, além de dois professores especializados (em música e educação física) e mais três professores para estarem com as turmas durante o período do meio-dia. Ela destaca o prejuízo para as crianças, pelo fato de não iniciarem o ano letivo com regularidade, acompanhadas pelos professores.
– Ontem (segunda-feira) recebi o primeiro retorno do RH dizendo que está esperando nova agenda de quadros para mandar os professores – disse a diretora, salientando que não há previsão para a chegada dos docentes.
Segundo a assessoria de comunicação da Smed, a secretaria reconhece que houve uma falha no processo, pois a pessoa responsável não encaminhou a solução da demanda.
A Smed acrescentou que, até esta sexta-feira, os professores, que fazem parte dos quadros da secretaria, se apresentarão na escola. Já as reformas do local estão em fase de projeto.