O desemprego motivou Reginaldo de Souza Machado, 25 anos, do Bairro São Geraldo, em Gravataí, a colocar em prática um desejo guardado desde a infância. Nos fundos da casa dos avós, com quem mora desde guri, ele está criando o que chama de "oficina dos sonhos". Enquanto não consegue um emprego em tempo integral, a ideia é dar nova vida a bicicletas velhas para entregá-las a crianças que não teriam condições de ganhar uma.
Há um mês, ele postou no Facebook pessoal um pedido de doações de bicicletas. Em dois dias, já tinha dez para reformar. Ela vieram de familiares, de amigos e de desconhecidos. Reginaldo surpreendeu-se com a corrente.
– Imaginei que receberia uma ou duas, mas a mobilização foi maior. Agora, preciso arrecadar peças e tintas porque sigo sem emprego e com pouca verba – ressalta.
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Apaixonado por bikes desde guri, Reginaldo conta que sempre lhe doeu ver outras crianças que não recebiam a tão sonhada bicicleta no Natal. Criado pelos avós, o motoboy desempregado jamais teve um pedido negado, ao contrário dos outros oito irmãos que continuaram morando com a mãe em Santa Catarina.
– Meus avós tinham um pouco mais de condições de me dar uma bicicleta, mas meus irmãos nunca tiveram. Cresci com a ideia fixa de que, quando eu pudesse, iria ajudar todas as crianças a terem este brinquedo – recorda.
Depois da publicação nas redes sociais, Reginaldo ganhou as bicicletas, algumas peças usadas e novos amigos. A família da atendente Luana Simões, 34 anos, foi uma das primeiras a participar da corrente do bem. Apoiada pela filha, Nicoly, dez anos, Luana doou as duas bicicletas usadas pela menina em anos anteriores. E prometeu ajudar o desempregado a conseguir mais doações.
– Pensamos até em levar para um ferro-velho, mas elas ainda podem ser uteis. Quando soubemos da ação, não tivemos dúvida de fazer algo bom por alguém – comenta Luana.
Entre as relíquias recebidas por Reginaldo, e que em breve darão alegria a outros pequenos, está uma Berlinetinha, cuja dona a guardava há mais de 30 anos no sótão de casa. Sem jamais ter passado por reforma, a bicicleta precisará de pneus novos – os originais tiveram a borracha ressecada por conta do tempo.
– Acabou a vida util deles, mas nada que dois pneus novos não coloquem esta bicicleta para andar – garante, faceiro, o mecânico do bem.
Ainda nos primeiros passos, Reginaldo depende dos voluntários para receber doações também peças de bikes e de tintas. Com está sem emprego, faltam recursos financeiros suficientes para os consertos.
Quando conseguir um trabalho em tempo integral, Reginaldo pretende seguir com o projeto nos horários livres. A meta é nunca mais parar. Até porque ele pretende fazer a primeira doação quando tiver as primeiras dez recuperadas.
– Jamais pensei em fazer esta ação para ganhar dinheiro. Pelo contrário, quero espalhar alegria. Já imagino a gurizada voltando às ruas nas bicicletas, como eu fazia quando era piá – resume.
Para ajudar
/// Reginaldo precisa de doações de bicicletas usadas, peças de bicicletas e tintas.
/// Contatos podem ser feitos pelos telefones 3496-3823 e 98628-2254 (WhatsApp).
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