ZH percorreu, entre 8 e 11 de dezembro, os cinco principais municípios do Litoral Norte – Tramandaí, Imbé, Xangri-lá, Capão da Canoa e Torres. Nenhuma praia está 100% pronta para receber os veranistas, mas alguns balneários estão mais preparados do que outros.
TRAMANDAÍ
A plataforma de pesca sofreu fissuras nas paredes em razão da ressaca do final de outubro, mas a estrutura não foi danificada. A administração promete que as obras de restauração ficarão prontas nos próximos dias. O local está aberto ao público. Os quiosques estão sendo instalados à beira-mar. No calçadão, a cancha de bocha em frente ao edifício Quebra-Mar está abandonada. Há pedras, madeira e telhas pelo chão. Ao longo da orla, também há casas, que em verões passados foram alugadas para atividades de lazer, e agora estão abandonadas e com paredes pichadas. Há lixeiras em bom estado no calçadão. A praça em frente ao Hotel Siri tem balanços quebrados. Na rampa de acesso à praia, na altura da Avenida da Igreja, há pedras e madeira pelo chão. Na areia, a estrutura de concreto de uma guarita abandonada não foi retirada e ameaça desabar. Não há banheiros químicos na orla.
O que diz o futuro prefeito Luiz Carlos Gauto da Silva, o Major Gauto (PP)
"Temos de fazer alguma gestão com relação à orla, com relação à limpeza e retirada de material (de construção), pintura de bancos, capina... Teremos dificuldades, porque há contratos vencendo no dia 31 de dezembro. Vou atacar o básico, a limpeza e a manutenção. Austeridade é a palavra-chave. Estamos buscando para o verão parcerias com empresas, entidades, associações, com todos que possam nos auxiliar, trazendo eventos."
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IMBÉ
A barra do Rio Tramandaí, área onde estão localizados vários restaurantes, foi o local mais danificado pela ressaca de outubro. No estacionamento, utilizado por muitos pescadores para lançar redes e anzóis, a água afundou parte do calçamento. Quando ZH esteve no local, operários trabalhavam depositando areia e revestindo com pedras. São cerca de cem metros de estragos, que a prefeitura promete solucionar até o final do mês. Uma das novidades, logo após a ponte, é o Food Park, iniciativa de um empresário que pretende concentrar pelo menos 12 food trucks. Ao longo do calçadão, há areia no passeio e alguns trechos estão quebrados. Próximo à Avenida Caxias do Sul, uma passarela de madeira sobre as dunas deve ser inaugurada até o dia 20, facilitando o acesso à orla.
O que diz o prefeito reeleito Pierre Emerim da Rosa (PT)
"Vamos finalizar a passarela da Avenida Caxias do Sul nos próximos 10 dias. Outra está em construção na Avenida São Luis. Estamos licitando a restauração do calçadão antigo. Ao lado dele, por cerca de um quilômetro, vamos construir uma ciclovia, entre as ruas Garibaldi e Carazinho. Toda iluminada. Não fizemos antes porque não tínhamos recursos. Agora, vamos fazer graças à cota única do IPTU. No meio de fevereiro, tudo ficará pronto. Por conta da crise, reduzimos a quase zero a contratação de shows de verão. Estamos investindo nas prioridades. Queremos garantir apenas o show da virada do ano e o Carnaval. Mas não teremos fogos de artifício."
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XANGRI-LÁ
Há lixeiras em bom estado na beira da praia. No balneário de Atlântida, os chuveiros próximo ao Bali Hai, de propriedade da Corsan, não funcionam. Não há banheiros químicos na orla. No chamado centrinho, a praça tem vários problemas: a calçada ao redor está com pedras destruídas; um imóvel tem portas abertas, telhas quebradas, paredes pichadas, lixo no chão e cheiro de urina. As madeiras de um deque estão quebradas. Quiosques têm fiação exposta. Quando ZH visitou o local, um operário pintava a cancha de bocha. A grama foi cortada recentemente. As goleiras da quadra de futebol de areia estão enferrujadas, e os quiosques nos arredores do minigolfe, fechados. Bancos em madeira não tinham encosto.
O que diz o prefeito reeleito Cilon Rodrigues da Silveira (PDT)
"Nesses quatro anos, todos os finais de temporada, costumamos fazer melhorias, como capina, reparos na iluminação, reposição de guaritas e passarelas. Este ano, foi um pouco diferente porque sofremos a ressaca. Cerca de 30 passarelas foram prejudicadas. Estamos refazendo. Tivemos cinco guaritas de salva-vidas destruídas, contratamos uma empresa para erguer novas. Nossa preocupação maior é proporcionar a veranistas e contribuintes ruas capinadas e árvores podadas. Faremos fiscalização para coibir abusos no descarte de lixo seco, resto de folhas, grama e até móveis velhos que os moradores deixam na frente das casas. (Sobre a área abandonada no centrinho de Atlântida), abrimos licitação em 2015 para que o local servisse para comércio, mas não houve participação. Agora, reabrimos com valor menor. Se não conseguirmos parceria, vamos fechar o local para evitar o uso por criminosos."
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CAPÃO DA CANOA
Apesar dos estragos provocados pela ressaca, o calçadão do centro está em bom estado. Um longo trecho, entre a Rua Pindorama e a Avenida Rudá, estava sendo recuperado quando ZH visitou o local. A ciclovia da Avenida Beira-mar tem buracos próximos aos sangradouros. A pintura também está desaparecendo. As lixeiras estão em bom estado à beira-mar. Chuveiros também funcionam. Estruturas de concreto, como muros em local de escoadouros do esgoto pluvial, próximos à Pindorama, foram destruídas pela ressaca, e restos de material de construção ainda estavam pela areia. Um longo trecho, no centro da praia, está sem guaritas de salva-vidas. A boa notícia fica por conta do novo largo, no local onde ficava o Baronda. Há um amplo espaço para eventos, e dois chafarizes com luzes brancas seriam inaugurados. Moradores reclamam da água acumulada nas ruas quando chove. Na Praça do Farol, o gira-gira e os balanços estão quebrados. Na Flávio Boianovski, os brinquedos estão em bom estado de conservação.
O que diz o prefeito eleito Amauri M. Germano (PTB)
"Cerca de 99% das guaritas foram danificadas pela ressaca. Não sei se, no dia 2, vão estar prontas. Queremos dar continuidade às coisas boas feitas pela atual administração. Queremos atrair mais pessoas para Capão também no inverno, assim como acontece na Serra. Gostaríamos de ter dois a três eventos nesse período. Queremos trabalhar a beira da Lagoa dos Quadros. Na área central, quando chove, junta água. Os valores para resolver esse problema do esgoto pluvial são muito altos, de R$ 40 milhões a R$ 60 milhões. Sem parceria com governo federal, não temos como fazer."
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TORRES
O Parque Estadual da Guarita apresenta bom estado de conservação, com trilhas limpas e de fácil acesso. A grama no entorno das lagoinhas está cortada. O acesso para carros custa R$ 8. Para motocicletas, R$ 4. Há uma lanchonete no local. Na Praia Grande, a maioria dos chuveiros está funcionando. A ciclovia ao longo da Avenida Beira-Mar está com a tinta fraca. As lixeiras estão quebradas. Algumas apresentavam acúmulo de lixo às 10h. Na Lagoa do Violão, os bancos em madeira ao longo do calçadão estão pichados. A grama no local está alta, e a calçada tem problemas. Ao longo do Mampituba, região que concentra vários restaurantes, e nos molhes, as condições de limpeza são satisfatórias.
O que diz o prefeito eleito Carlos Matos de Souza (PP)
"Estamos fazendo uma transição tranquila, mas percebemos a diminuição do orçamento. Será um ano de aperto. Faremos o possível para deixar a cidade limpa, organizada. O morador reclama, com frequência, das condições de limpeza. Queremos fortalecer a marca do turismo na praia, para que o visitante fique por mais tempo na cidade. Queremos quebrar essa sazonalidade. Na Praia da Guarita, foram construídos dois banheiros públicos. O antigo restaurante foi restaurado, tem guarda que cuida do patrimônio. Estamos trabalhando em um projeto para construir o museu do mar, com aquários para peixes de água doce e salgada, ossadas de baleia. Queremos também recuperar o pórtico. São projetos sem data e precisam ocorrer, no mínimo, em parceria com o governo do Estado."