Como forma de compensar o aumento da inadimplência, fazendo com que todos arquem com os prejuízos, os bancos têm aumentado bastante as tarifas pagas pelos clientes. De acordo com o IBGE, no último ano o aumento foi de 11,5% – maior do que a inflação do período. As informações são do blog Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha.
Portanto, espante a preguiça e analise seu extrato bancário. Você pode estar pagando tarifas sem necessidade. "Ah, mas são só R$ 20 por mês. Pouca coisa. Dá trabalho ir até a agência", pode ser a sua resposta. Mas lembre-se: são
R$ 240 por ano. E se forem R$ 40 por mês? São R$ 480 por ano. E por aí vai.
Então, informe-se com o gerente para eliminar ao máximo esses custos. Peça, por exemplo, limites isentos de TED ou DOC por mês. Também pergunte quais os critérios para eliminar tarifas em geral da conta. Em alguns casos, concentrar aplicações em uma instituição pode melhorar a relação com o banco e permitir estes "agrados".
Planejador financeiro e editor-chefe do InfoMoney, João Sandrini fez uma lista muito bacana das cinco tarifas bancárias que só paga quem gosta de rasgar dinheiro. Confira:
1 – Tarifas de conta corrente
No primeiro semestre, as mensalidades dos pacotes de serviços foram reajustadas, em média, em 12%. O dado é do Banco Central. Entre os maiores bancos, Bradesco elevou 6%, e o Banco do Brasil, 24%!
– A verdade é que só paga tarifas bancárias quem quer – alerta Sandrini.
Ele dá como exemplo o Itaú e o Bradesco. Ambos têm conta digital, que é totalmente isenta para pessoa física se não usar serviço na agência nem emitir cheque.
2 – Anuidade do cartão de crédito
Tem cartão de crédito por aí cobrando anuidades de R$ 1,2 mil. Será que os benefícios são tão bons assim? Qual a relevância para você do acesso a salas VIP em aeroportos? Negocie e barganhe com o banco. Simule o cartão de crédito com outras instituições financeiras.
– O Nubank é um cartão sem anuidade e que atende quem não tem renda muito alta. É um Mastercard Gold – cita João Sandrini.
Não tem os benefícios, como programa de milhas, por exemplo. Também é preciso ficar atento aos juros do rotativo.
3 – Taxa de administração de fundos
Como é mais cômodo, a maioria dos investidores aplica em fundos pelos bancos tradicionais. Tanto que os três maiores bancos brasileiros (Banco do Brasil, Itaú e Bradesco) controlam 55% do dinheiro investido em fundos. Só que cobram bem nas taxas de administração e de performance.
– Não há fundos de renda fixa sem taxa de administração, mas gestoras que não estão atreladas a grandes bancos costumam cobrar bem menos. É possível achar percentuais bem baixos, a partir de 0,15% ou 0,30% ao ano – alerta Sandrini.
Ao escolher um fundo de investimento, o principal é comparar as taxas de administração. Elas podem corroer a rentabilidade da aplicação financeira.
4 – Taxa de custódia para Tesouro Direto
Investimento em títulos públicos, que tem dado boa rentabilidade, tem a taxa cobrada pela Bovespa, que é de 0,3% e não tem como fugir. Mas é possível investir por corretoras que não cobram a taxa de custódia. Confira a tabela retirada hoje do site do Tesouro Direto. Os maiores bancos brasileiros cobram de 0,4% a 0,5%.
– Como no primeiro ano a taxa é cobrada no momento da compra do título, ao invés de aplicar R$ 100 mil, vai comprar R$ 99.502. Ou seja, já perde R$ 500 logo de cara – exemplifica Sandrini.
No decorrer dos anos, são milhares de reais pagando taxas desnecessárias para investir no Tesouro Direto.
5 – Taxa de custódia da Bovespa
Quem investe em ações e opções pelo banco e pela maioria das corretoras paga taxa de custódia mensal. Os grandes bancos cobram de R$ 7,59 a R$ 30. Só que há corretoras que isentam da cobrança de taxa de custódia. É o caso da XP Investimentos e da Clear Corretora, informa João Sandrini. O Banco do Brasil também isenta para investimentos de até R$ 300 mil. Fugindo desta taxa, sobra a taxa de corretagem e emolumentos para a Bovespa.