A vida difícil da jovem Andrielly Lemos Lima, 17 anos, seria ainda mais complicada sem a ajuda da tia Simone Duarte Lima, 41 anos, que é vendedora. Mãe de quatro filhos biológicos, há um ano, Simone obteve a guarda de dois sobrinhos, filhos de uma de suas irmãs – uma delas é Andrielly. A família mora na Vila Augusta, em Viamão.
Até os quatro anos de idade, segundo a tia, Andrielly caminhava normalmente. Conforme foi crescendo, seus pés passaram a apresentar deformidades que impediram a menina de caminhar e levaram-na a ter de usar cadeira de rodas.
– O problema é congênito. Mas só começou a aparecer mais tarde e deixa a Andrielly muito triste. Ela costuma me falar que seu sonho é usar um chinelo ou uma bota. E me pergunta por que as outras meninas podem usar, e ela, não – conta a tia.
Primeiro pedido
Em função de dificuldades enfrentadas pela mãe biológica, Andrielly chegou a permanecer por alguns períodos de sua vida em abrigos ou lares de passagem até que a tia conseguisse sua guarda. Em uma dessas estadias, a família havia conseguido marcar a cirurgia ortopédica corretiva da qual ela precisa: a data seria janeiro de 2015, diz Simone. Porém, segundo a vendedora, a cirurgia não teria sido feita em função de ela estar abrigada e com limitações para os cuidados pós-operatórios.
Além da impossibilidade de caminhar e de depender de uma cadeira de rodas para se locomover e da ajuda de alguém para atividades simples para a maioria das pessoas, como tomar banho, Andrielly possui um grau moderado de deficiência intelectual, conforme a tia.
– Muitas pessoas sonham com bens materiais caros, viagens, dinheiro. O sonho da Andrielly é poder andar e ter a autoestima reestabelecida. Isso corta meu coração – desabafa a tia.
Acompanhamento
No dia 13 de abril deste ano, a adolescente passou por uma consulta de avaliação no Hospital de Clínicas. Depois de tanto tempo aguardando, a menina recebeu uma notícia não muito animadora. Conforme a tia, o médico informou que existem 20 crianças na frente dela para a cirurgia e que não há prazo que a operação seja feita.
Para amenizar as dores e melhorar o condicionamento físico de Andrielly, a jovem faz fisioterapia na Apae, mas a demora em fazer a cirurgia pode agravar o seu problema.
– A fisioterapeuta me disse que o quadril e a coluna dela estão sendo afetados pelo problema dos pés– diz a tia.
Andrielly tem consulta hoje
A assessoria de imprensa do Hospital de Clínicas informou que a paciente Andrielly Lemos Lima tem uma consulta agendada para hoje (19), às 13h, na Zona 10, 1º andar, com o médico Sérgio Danesi, que acompanha o caso dela. O hospital passará todas as informações sobre o andamento da cirurgia para a tia, responsável pela menina, Simone Duarte Lima.