Um dia após suscitar polêmica afirmando que homens procuram menos o atendimento de saúde porque "trabalham mais do que as mulheres e são os provedores" das casas brasileiras, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade que fez apenas uma "menção baseada em estatísticas".
– É uma estatística apenas. Reconheço que mulheres fazem dupla jornada de trabalho, mas, se pegar dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), são 53 milhões de brasileiros homens que estão economicamente ativos e 39 milhões de mulheres ativas. É um dado, mas que não tem necessariamente a ver com a nossa pesquisa, que mostra que um terço dos homens não tem o hábito de fazer cuidados preventivos e que a expectativa de vida dos homens é sete anos menor do que a das mulheres – disse o ministro em entrevista na manhã desta sexta-feira.
Confira a entrevista completa:
A polêmica declaração do ministro ocorreu durante o lançamento do guia "Pré-Natal do Parceiro", medida do ministério para incentivas homens a fazerem exames de prevenção ao acompanhar as mulheres aos postos de atendimento durante a gravidez. A iniciativa tem como objetivo discutir a falta de atenção dos homens em relação à própria saúde.
– Os homens só pensam em trabalhar. As mulheres também trabalham muito, mas pensam mais em cuidar de si. Elas aprendem a cuidar dos filhos e acabam cuidando de si, criam essa cultura – disse o ministro à Rádio Gaúcha.
Segundo Barros, postos de saúde de alguns municípios brasileiros estão funcionando em horário estendido, até as 22h, para poder prestar atendimento ao grupo de trabalhadores que não podem fazer consultas durante o dia. De acordo com o ministro, a procura por atendimento nestes horários é grande e cada vez mais cidades estão providenciando a abertura dos postos até mais tarde.