Gabriel colocou um alerta para receber tuítes. Lucas pediu para o amigo madrugueiro que ligasse para ele em caso de novidades. Pedro chega do trabalho e olha as últimas notícias com a mulher, Fran, também interessada no assunto. Tudo isso para ter em primeira mão informações sobre a estreia do Pokémon Go no Brasil.
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Sem previsão de lançamento no país, o jogo mantém multidões apreensivas e ligadas 24 horas por dia em atualizações. O game está disponível apenas em alguns países da Europa e da América do Norte, e até mesmo os usuários japoneses estão na espera. Por motivos técnicos – é preciso de servidores potentes para comportar o número de pessoas jogando – e estratégicos das produtoras do jogo, a Niantic e a Nintendo, os lançamentos são quase uma surpresa para o público. As expectativas de fãs saem de fontes anônimas e vazamentos de informações.
Recentemente, o site mais visitado por eles é o dos servidores do Pokémon Go. Na segunda-feira, o nome do Brasil surgiuna lista entre os demais países em que o jogo já é disponível.Começou, então, um frenesi generalizado.
Fãs do game e até mesmo gente que nem dava muita atenção para a franquia começaram a se unir em uma caçada de notícias. O grupo Pokémon Go Porto Alegre já tem cerca de 500 pessoas que esperam ansiosamente pelo momento em que poderão sair pela cidade caçando, desta vez, os Pokémons.
– É como se, pela primeira vez, as pessoas entrassem para o meu mundo, o dos nerds – brinca Fernando Martins Gulart, 28 anos, desenvolvedor de jogos.
Do grupo no Facebook, surgiu um também no WhatsApp. As mensagens não param: eles trocam informações, memes e notícias. Rumores sobre a data de lançamento do jogo os deixam nervosos, irritados, como eles mesmos descrevem. De vez em quando, surge mais uma provável data de quando finalmente será possível caminhar pela Redenção ou pelo Parcão à procura de Pikachus.
– Eu fico só no Twitter oficial da Niantic acompanhando, é por lá que vão avisar. Já fiz papel de trouxa duas vezes nesta semana e fiquei acordado até as 4h esperando. Agora, acho que vai demorar para lançarem – opina Gabriel Bilhar, de 20 anos, fã convicto de Pokémon.
O estudante de Publicidade e Propaganda criou o primeiro grupo de Porto Alegre sobre o jogo e tem um canal no YouTube, chamado Koffing TV, homenagem ao monstrinho roxo da franquia.
Nas mensagens, os membros já fazem planos para caçadas em grupo, montam times e já almejam os Pokémons mais raros. Quem não está com o vocabulário atualizado provavelmente mantém uma página de pesquisa do Google aberta. São muitos termos: pokéstops, ginásios, doces. Nem a dupla Gre-Nal fica de fora. Uma das discussões mais acaloradas era sobre a escolha da equipe. No jogo, o usuário, a partir de um determinado nível, pode escolher entre três times, Místico, em inglês, Mystic (azul), o Valentia, que em inglês é Valor (vermelho), e o Instinto, ou Instinct, de cor amarela.
– Já disse para não colocarem futebol no meio e escolherem, sim, pela ideologia do time. Tem gente que quer escolher por causa do azul e do vermelho, mas, na hora de jogar, isso não faz sentido, o melhor é esperar e escolher pelo local onde terá mais gente do mesmo time ou pela filosofia de cada um – diz Lucas Dornelles, 25 anos, que já jogava Pokémon na época Game Boy.
As redes sociais, além de um espaço para dividirem as expectativas, também ajudam a planejar caçadas mais seguras. A ideia de sair em grupo os deixa mais tranquilos para zanzar pela cidade com o smartphone em mãos, já que, pelo visto, não importa a hora em que o jogo for lançado, os fãs irão às ruas.
– Eu consegui jogar um pouco, no dia em que foi lançado, e era noite, estava chovendo e saímos de carro para caçar mesmo assim – conta Pedro Gabriel Martellet, 25, auxiliar de escritório.
Ou seja, ao ver grupos de pessoas com os olhos grudados no celular em pontos da cidade, entre para a caçada, não importa a hora.
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