Depois de um final de semana que variou entre chuva no sábado e tempo aberto no domingo, a madrugada desta segunda-feira começou com granizo, tempestade e vento fortes no Rio Grande do Sul. Conforme balanço divulgado pela Defesa Civil e dados das prefeituras, há pelo menos 3,2 mil residências afetadas no Estado. Não há relato de pessoas feridas ou desalojadas. Em Soledade são aproximadamente 500 moradias danificadas pela queda de granizo. O município vai decretar situação de emergência.
Em Minas do Leão, os danos atingiram cerca de 800 casas. De acordo com a prefeita Silvia Lasek, que falou à Rádio Gaúcha, o município nunca enfrentou algo semelhante desde que foi emancipado, em 1992. Ela já prepara um decreto de emergência. Por enquanto, a prefeitura faz a distribuição de sacolas de alimentos e telhas. Os bairros mais atingidos são o São José e Recreio. Na cidade, das quatro escolas municipais, uma teve as aulas suspensas. Todas as salas da escola Ricardo Porto foram atingidas e a Secretaria da Educação teve de antecipar as férias dos 250 alunos, que começariam somente no dia 18.
Em Viamão, conforme a prefeitura, mais de 1,9 mil residências foram danificadas, principalmente no bairro São Tomé. Em comunicado, a administração informou que equipes estão concentradas nas escolas municipais Getúlio Vargas, São Tomé e Recanto da Lagoa para a distribuição de lonas, pregos, arames e orientações com o setor de Assistência Social. Além disso, a prefeitura deve decretar situação de emergência.
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No início da tarde desta segunda-feira, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) emitiu alerta de alto potencial de inundação no município de São Sebastião do Caí, no Vale do Caí. Conforme o Cemaden, os acumulados de precipitação chegaram a 121 milímetros em 48 horas e como há previsão de mais chuva até o final do dia, o Rio Caí pode se elevar até atingir residências. Há ainda alerta moderado de inundação para Venâncio Aires, Caxias do Sul e Porto Alegre.
Na Capital, a chuva forte começou por volta da 1h, seguida de granizo. Conforme medição feita nos pluviômetros do Sistema Metroclima, o ponto com maior acumulado de chuva foi a área central de Porto Alegre, com 83,2 milímetros. A quantia corresponde a 68% da média histórica de precipitação para o mês de julho na Capital.
Municípios como Fontoura Xavier, no Vale do Rio Pardo, e Salto do Jacuí, na Região Central, também registraram prejuízos, mas em menor proporção. Houve ainda queda de granizo, mas sem estragos, nas cidades de Guaíba, Eldorado do Sul, Sapucaia do Sul, Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Taquari, Venâncio Aires, Passo Fundo, Caxias do Sul, Chuí, Cambará do Sul e Santa Vitória do Palmar.
A chuva deixou pontos de alagamento em Porto Alegre no início da manhã. A Avenida Ipiranga, em frente ao hospital Ernesto Dornelles, chegou a ficar interrompida durante a madrugada pela quantidade de água na pista, mas por volta das 2h já estava liberada.
Houve alagamentos também nas ruas República e Joaquim Nabuco e entre a José do Patrocínio e João Alfredo, na Cidade Baixa. Uma árvore caiu na esquinas das ruas Garibaldi e Farrapos, bloqueando o trânsito no começo da manhã.
Conforme a Somar Meteorologia, a instabilidade é decorrente de umidade vinda da Amazônia e da formação de um sistema de baixa pressão atmosférico na costa sul do país. Isso provocou as rajadas de vento e a trovoadas registradas nesta madrugada.
A previsão dos maiores volumes de chuva nesta segunda-feira é para as cidades dos Campos de Cima da Serra, da Serra, do Litoral Norte, do Vale do Caí, do Vale do Taquari, e das regiões Metropolitana e das Hortênsias. A temperatura não deve baixar, seguindo amena.
Em Porto Alegre, os termômetros variam entre 11ºC e 20ºC. Em Caxias do Sul e Santa Maria, a temperatura fica entre 15ºC e 22ºC. Em Rio Grande, a máxima não passa dos 15ºC. A tendência é que o tempo continue fechado até a próxima sexta-feira e a chuva siga forte por pelo menos três dias.
*Zero Hora e Rádio Gaúcha