Após as intempéries de economias, inúmeros sacrifícios, fome, calor e chuva na viagem, caminhada e peregrinação, alternados por descansos e momentos descontraídos, nossa caravana chegou à Cracóvia no horário local das 20h (15h de Brasília) desta sexta-feira. Enquanto o Papa silenciosamente pregou nos campos de concentração, a cidade se manteve em festa, pela quantidade de rostos de jovens das múltiplas nações, com suas bandeiras, camisetas, cores e danças que se entrecruzam.
Muitos grupos organizados pernoitam em alojamentos ou em casas de voluntários. Milhares de jovens vão se dirigindo, cada vez mais em maior número, aos lugares pré-estabelecidos, no Campo da Misericórdia, local da vigília de oração e encontro com o Vigário de Cristo, o papa Francisco.
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Uma jornada desse porte não se improvisa de dia para a noite. No sábado, precisamente está prevista a chegada ao local de concentração de um mar de jovens, como foram nas últimas jornadas em Madrid e no Rio de Janeiro e como já está também acontecendo em Cracóvia, cidade polonesa.
A sensação maravilhosa de estar aqui não se conta com poucas palavras. Termina a pré-jornada de peregrino nas cidades vizinhas e começa a Jornada propriamente dita na bela e histórica Polônia, terra natal de São João Paulo II, iniciador das jornadas mundiais da juventude, em 1986, motivo mais do que suficiente para a escolha desse país como sede dessa jornada dos jovens de 2016 pelo papa Francisco. É nesse chão que o Cardeal Karol Woityla se projetou ao mundo para ser eleito o papa João Paulo II. O povo polaco ama esse papa conterrâneo que já virou santo, o grande e carismático papa polaco que foi o protagonista da queda do muro de Berlim, história que marcou época aqui na Europa.
João Paulo II também foi peregrino como nós somos, inovando no Papado as suas grandes viagens apostólicas, até então quase inexistentes. A partir desta sexta-feira, os jovens peregrinos pernoitam em alojamentos reservados ou em algumas casas de famílias católicas que também acolhem visitantes. No sábado, todos passam a noite inteira num mesmo lugar, em vigília, aguardando os raios da aurora, para o feliz momento da chegada do Papa, que celebrará para nós todos uma missa campal para mais de 2,5 milhões de peregrinos jovens.
Muitos bispos e padres, como eu, acampam também juntos a seus grupos nesse local. Há diversas concentrações, catequeses e momentos de oração. Estamos rezando pelo mundo em guerra, como aponta nosso Papa. A paz que queremos semear, celebrar e construir. Um mundo novo é possível para quem ama e crê.