O nevoeiro que se tornou comum ao amanhecer em Florianópolis tem fechado o aeroporto Hercílio Luz nas primeiras horas da manhã. Isso ocorre porque a visibilidade da pista fica reduzida a ponto de não garantir a segurança de pouso. Conforme o nível de equipamentos disponíveis, o nível de visibilidade necessário para decolagens e pousos pode variar de aeroporto para aeroporto. Na capital de Santa Catarina, é preciso ter no mínimo 550 metros de visibilidade horizontal a 60 metros de altitude no momento do pouso.
Isso significa que até esse instante, o piloto trabalha apenas por instrumentos. A partir desse ponto limite, ele precisa ter as condições necessárias de visualização, mesmo que o pouso continue em piloto automático, para garantir a segurança. Caso essas condições não sejam atendidas pelas questões meteorológicas e pelos instrumentos disponíveis, o aeroporto fica fechado.
A maioria dos grandes aeroportos do país operam com o sistema de ILS, sigla em inglês para Instrument Landing System, que orienta a aeronave e o piloto em aproximação. Esse sistema é composto por equipamentos e operações que podem ser divididos em três níveis de precisão. Florianópolis trabalha no ILS Categoria 1. Curitiba, Porto Alegre, Galeão no Rio de Janeiro podem operar na Categoria 2. Guarulhos, em São Paulo, tem o nível ILS Categoria 3, o máximo.
– Isso não quer dizer que o aeroporto não fecha. Há também fatores como ventos laterais e outras circunstâncias além da visibilidade para dar segurança ao pouso – explica o piloto e diretor da Voe Floripa Escola de Aviação, Eduardo Faraco.
Além do ILS, há outros sistemas que também garantem a segurança dos pousos, mas com limites de visibilidade e de altitude mais restritivos. O sistema RNAV, que trabalha por GPS, exige uma visibilidade maior que 800 metros e altitude mínima de 120 metros. Nesse sistema, operam os aeroportos de Chapecó, Jaguaruna, Navegantes.