Um grupo de pais tentou, na manhã desta quarta-feira, dar fim à ocupação do Colégio Estadual Paula Soares, no centro de Porto Alegre. A instituição permanece ocupada após acordo entre governo do Estado e secundaristas no dia anterior. Por volta das 9h30min, um dos pais rompeu o cadeado da entrada do prédio, e parte do grupo entrou no pátio.
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Rosângela Lenz, mãe de uma aluna, retirou mesas e cadeiras que faziam uma barreira na entrada aos gritos de "a minha filha tem direito de estudar". A partir daí, iniciou-se uma discussão entre pais contrários ao movimento e alunos, que fizeram um cordão de isolamento para impedir a entrada do grupo.
A Brigada Militar foi ao local numa tentativa de mediar o conflito. Até o início desta tarde, o impasse permanecia, e um advogado assessorava os secundaristas na busca de uma solução.
– Esses pais vieram diversas vezes aqui e nunca se abriram ao diálogo. Falam o que querem falar, mas, quando a gente fala, eles não escutam. A gente tenta falar e eles viram as costas – relata o presidente do Grêmio Estudantil, Sergio Campos.
Os estudantes reclamam que, em outras oportunidades, um ocupante e um pai de aluno foram agredidos por pessoas contrárias à ocupação. Na terça-feira, a escola teria amanhecido com um cadeado no portão impedindo o trânsito de alunos. Integrante de um grupo de mães e pais que apoia o movimento, André Rosa estava no local quando o cadeado foi rompido:
– O que houve foi uma violência e um descumprimento de um acordo que está em negociação com o governo do Estado para ser homologado hoje. Foi uma tentativa de agressão, acho muito séria, que será registrada pelos estudantes. (Pais contrários à ocupação) quebraram o cadeado e algumas classes e cadeiras da escola.
Rosângela, por outro lado, diz que a situação é fruto de "um desgaste de um mês de ocupação".
– Já foram feitas várias propostas dando tempo para desocupação. Como mãe, já estive várias vezes tentando dialogar. Tenho certeza de que alguns me ouviram e saíram tranquilamente. O que vejo aqui são quatro alunos querendo ter voz por 900 alunos – diz, fazendo críticas à direção da escola e ao Grêmio Estudantil. Além do Paula Soares, outros colégios da Capital seguem ocupados.
ZH esteve no Júlio de Castilhos, no Instituto de Educação General Flores da Cunha e no Ernesto Dorneles – todos sem aulas no início da manhã.