As tradicionais lâmpadas incandescentes – que são menos eficientes e consomem mais energia elétrica – estão com os dias contados. A partir de hoje, o produto deve deixar de ser comercializado no Brasil. O objetivo é que se incentive o uso de alternativas mais sustentáveis, como as lâmpadas fluorescentes compactas e as de LED.
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A proibição, estabelecida por uma portaria interministerial de 2010, vem sendo aplicada gradativamente. Primeiro, atingiu as lâmpadas de potência igual ou superior a 150W (2012), seguidas das de potência acima de 60W até 100W (2013) e de 40W a 60W (2014). Agora, serão banidas as inferiores a 40W.
Na opinião do coordenador do curso de Engenharia Elétrica da Unisinos, João Olegário de Oliveira de Souza, a medida é eficaz para que se reduza o consumo de energia elétrica:
– (A portaria) faz sentido porque, ao final do mês, uma residência economiza em torno de 25% de energia elétrica com a substituição de lâmpadas incandescentes por lâmpadas de LED. A iluminação é, em uma casa, um dos maiores gastos com energia elétrica.
O professor sugere o uso do produto de LED em relação às lâmpadas incandescentes devido à vida útil maior, o que acaba fazendo com que as substituições sejam menos frequentes:
– Hoje, eu recomendaria usar todas as lâmpadas de LED. Apesar de serem mais caras, a vida útil delas é bem maior. Então, se paga pela durabilidade. Enquanto a lâmpada incandescente dura cerca de mil horas, a de LED dura aproximadamente 25 mil horas. Outra questão é o consumo bem mais baixo.
A soma das pequenas economias pode gerar uma grande redução no consumo. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) dão conta de que a substituição das lâmpadas incandescentes pode gerar uma economia de aproximadamente 5% no mundo. Uma lâmpada fluorescente compacta economiza 75% em relação à incandescente de luminosidade equivalente. Com a de LED, salta para 85%. Reduzindo-se o consumo, diminui, também, a emissão de poluentes decorrentes da geração de energia.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, fabricantes, atacadistas e varejistas serão fiscalizados pelos órgãos delegados do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). O descumprimento por parte de estabelecimentos, importadores e fabricantes pode acarretar penalidades.
Conheça os diferentes tipos de aparelhos
Incandescente – A lâmpada incandescente é composta por um filamento, geralmente de tungstênio (metal que se funde apenas com temperatura altíssima, acima de 3.000°C), que fica imerso em um gás inerte. Quando passa corrente elétrica por esse circuito, o filamento acende devido à temperatura. A vida útil é de aproximadamente mil horas.
Desvantagem: a energia elétrica consumida pela lâmpada incandescente é, na maior parte, transformada em calor, não em energia luminosa. Ou seja, muita energia elétrica é desperdiçada quando a lâmpada tem a função de apenas iluminar, não de aquecer. Além disso, consome cerca de cinco vezes mais do que uma lâmpada de LED.
LED – Dentro da lâmpada de LED, há um material semicondutor (LED é uma sigla em inglês que significa diodo emissor de luz). Ao circular corrente elétrica, esse material emite luz. A vida útil é de aproximadamente 25 mil horas.
Fluorescente compacta – O feixe de luz (não visível) é formado pela passagem de eletricidade pelos gases existentes no interior do bulbo (normalmente mercúrio e argônio). Essa luz se torna visível devido a uma reação com o fósforo presente nas paredes do tubo. A vida útil é de aproximadamente 6 mil horas.
Desvantagem: na hora da compra, fluorescente e LED são mais caras. No entanto, a durabilidade e a economia no consumo conferem maior custo-benefício.
Quanto custam
Em uma rede de supermercados de Porto Alegre, uma lâmpada incandescente halógena (mais econômica que a incandescente tradicional) de 70W custa R$ 7,90, enquanto uma de LED da mesma marca e potência semelhante, custa R$ 34,90. Uma fluorescente compacta, de outra marca e potência equivalente a 60W, sai por R$ 12,90.
Exceção
As lâmpadas incandescentes de até 25W (de potência muito baixa, usadas em objetos de decoração, por exemplo) poderão ser encontradas no mercado até junho de 2017.
Descarte
Por conter mercúrio, as lâmpadas fluorescentes precisam ser descartadas de forma diferenciada, devido ao risco de contaminação. A Apliquim Brasil Recicle, empresa que faz ação voluntária de coleta e descarte de lâmpadas fluorescentes para o DMLU, sugere que a população compre o produto em estabelecimentos que, depois, recebam o material inutilizado.
– Até levar a loja, o ideal é a pessoa armazenar com a própria embalagem do produto para não haver risco de quebrar – diz Juliana Souza, responsável pelo marketing da empresa.