Estudantes que ocuparam na manhã desta quarta-feira o prédio da Secretaria Estadual da Fazenda, no Centro de Porto Alegre, retiraram do lugar móveis e utensílios, deixando o interior do local desorganizado. Itens de salas foram deslocados para fazer pelo menos duas barricadas no interior do edifício.
Em uma dessas barreiras, dois sofás, um bebedouro, uma cadeira e três vasos de folhagens foram amontoados para obstruir um portão. Outra foi montada na portaria da Fazenda, na Avenida Mauá. Cadeiras foram empilhadas em frente às portas de ferro na tentativa de dificultar o acesso.
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Com as remoções de móveis para as barricadas, pelo menos uma sala ficou praticamente vazia, com um teclado apoiado sobre a lixeira, telefone ao chão e computador sobre uma pequena mesa que restou. Servidores relatam que alguns equipamentos sofreram danos.
Depois de tomarem o interior do edifício na manhã desta quarta-feira, os estudantes chegaram a declarar que somente sairiam depois de negociar uma "pauta mínima" com o governo estadual. A Brigada Militar interveio, entrou na Fazenda e fez a desocupação. Foram registradas 43 detenções. Como muitos eram adolescentes, todos foram conduzidos ao Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (Deca) da Polícia Civil.
Uniram-se aos estudantes durante o ato professores ligados ao Cpers e servidores municipais de Porto Alegre que estão com as atividades paralisadas.Os jovens que tomaram temporariamente a Secretaria da Fazenda são do Comitê das Escolas Independentes. Eles são contrários ao acordo firmado por outros estudantes com o governo estadual para a desocupação dos colégios mediante a liberação de R$ 40 milhões em verbas de custeio escolar. Eles entraram na Fazenda com a intenção de permanecer e exigir a liberação de R$ 240 milhões e a retirada imediata de dois projetos de lei que tratam de educação: o PL 44/2016 e o PL 190/2015, ambos em tramitação na Assembleia.
Houve confronto quando a Brigada Militar agiu para liberar o prédio, com os embates se estendendo para o lado de fora, na Avenida Mauá. Policiais usaram spray de pimenta e manifestantes arremessaram pedras e cavaletes. O Instituto-Geral de Perícias (IGP) está no prédio da Secretaria da Fazenda para analisar o que ocorreu.