O Ministério da Saúde confirmou nesta quarta-feira que, até dia 30 de abril, 1.271 bebês nasceram com microcefalia e outras alterações do sistema nervoso por causas infecciosas em todo o país. Foram notificados 7.343 casos suspeitos, dos quais 2.492 foram descartados e 3.580 estão em investigação para diagnóstico conclusivo. Os dados são de registros feitos a partir de outubro de 2015, quando a microcefalia começou a ter notificação obrigatória pelo ministério.
A microcefalia é uma malformação congênita, em que o cérebro não se desenvolve de maneira adequada. Além da microcefalia, já se sabe que a infecção pelo zika vírus em gestantes também pode ocasionar problemas na visão, no coração e outros problemas neurológicos no feto.
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A microcefalia pode ser causada por diversos agentes infecciosos além do zika, como sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus e herpes viral.
Dos casos confirmados, 203 tiveram confirmação laboratorial para o vírus. No entanto, o Ministério da Saúde destacou que esse dado reflete um número inferior à totalidade do número de casos relacionados ao zika. Para o ministério, a maior parte dos casos foi causada pelo vírus, mas isso não foi comprovado em laboratório.
Transmitido por um mosquito já bem conhecido dos brasileiros, o Aedes aegypti, o zika vírus começou a circular no Brasil em 2014, mas teve os primeiros registros feitos pelo ministério em maio de 2015. O que se sabia sobre a doença, até o segundo semestre do ano passado, era que sua evolução é benigna e que os sintomas são mais leves do que os da dengue e da febre chikungunya, também transmitidas pelo mesmo mosquito.
Porém, no dia 28 de novembro de 2015, o Ministério da Saúde confirmou que, quando gestantes são infectadas pelo vírus, podem gerar crianças com microcefalia, uma malformação irreversível do cérebro, que pode vir associada a danos mentais, visuais e auditivos. Pesquisadores confirmaram que a Síndrome de Guillain-Barré também pode ser ocasionada pelo zika.
A chegada do vírus ao Brasil elevou o número de nascimentos de crianças com microcefalia de 147, em 2014, para pelo menos 1.271 casos de outubro do ano passado a 30 de abril deste ano.