Alunos de parte das escolas ocupadas no interior do Estado entregarão na próxima quinta-feira suas reivindicações às Coordenadorias Regionais de Educação, ligadas à Secretaria da Educação do Rio Grande do Sul (Seduc). A decisão foi tomada em plenária realizada no Colégio Estadual Júlio de Castilhos na tarde desta segunda-feira. Na Capital, a adesão será decidida em assembleias em cada escola, que ocorrerão às 14h30min de terça-feira.
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– As escolas que já entregaram as reivindicações poderão aproveitar a data para fazer manifestações pelas ruas – afirma Ludimilla Alves Fagundes, da juventude da Construção Socialista do PSOL, que esteve na plenária e sugeriu a entrega simultânea.
A formalização das pautas em documento e a entrega à Seduc marcarão a participação dos estudantes gaúchos no Dia Nacional de Luta pela Educação, que mobilizará ocupantes de Estados como Rio de Janeiro e São Paulo.
Em outra plenária no Julinho, na segunda pela manhã, alguns estudantes acertaram a realização de um "trancaço" de ruas de Porto Alegre e cidades do Interior nesta terça-feira, às 7h30min. Planejam bloquear avenidas próximas às suas escola para chamar a atenção às reivindicações. Os locais exatos e a duração das manifestações serão decididos por cada escola entre a noite de segunda-feira e momentos antes dos bloqueios.
– Ainda não temos nenhum retorno das nossas reivindicações. O governo está querendo nos matar no cansaço, e queremos mostrar que os alunos não estão cansados – afirma Sergio Campos, presidente do Grêmio Estudantil da Escola Paula Soares, de Porto Alegre.
Conforme a Secretaria da Educação, o diálogo tanto no Interior quanto na Capital tem sido buscado pelas Coordenadorias, e, quando as reivindicações são entregues, resolvidas dentro das possibilidades. A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) não foi comunicada por estudantes sobre os bloqueios, mas comunica que, caso ocorram, tentará dialogar com os manifestantes para desbloquear as via.
Troca de experiência com alunos do Rio
Na plenária do Julinho, estudantes vieram do Interior para conversar com alunos que participam das ocupações no Rio de Janeiro, nas escolas Rangel Pestana e Ierp. Os visitantes falaram sobre a tentativa de movimentos secundaristas influenciarem no movimento carioca, o que teria resultado em uma reação negativa dos ocupantes.
A Construção Socialista do PSOL defende a articulação dos próprios estudantes e rejeita a influência de entidades como a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), que não estava na plenária. A reportagem tentou contato com a entidade para obter posicionamento, mas não foi atendida.