O primeiro caso de zika vírus no Rio Grande do Sul foi confirmado em Porto Alegre – a informação foi divulgada pela Secretaria Municipal de Saúde na manhã desta sexta-feira. Trata-se de uma moradora do bairro Jardim Carvalho, não gestante, que teve identidade e idade preservadas. A paciente contraiu a doença em viagem a Marcelândia, no Mato Grosso, no início deste ano.
O caso chegou aos órgãos de saúde do município em 4 de janeiro. Em seguida, uma amostra de sangue da mulher infectada foi encaminhada ao Instituto Fiocruz, no Rio de Janeiro. O exame positivo para zika foi confirmado pelo centro de análise na última quinta.
De acordo com a Secretaria de Saúde da Capital, assim que o caso foi notificado, no início de janeiro, as medidas de combate ao Aedes aegypti foram intensificadas na região onde a paciente mora, como aplicação de inseticida. Conforme a Vigilância em Saúde em Porto Alegre, não houve registros de novos casos suspeitos nas imediações.
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Em coletiva na manhã desta sexta, o secretário estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis, afirmou que era esperado que o zika chegasse ao Rio Grande do Sul. A partir de agora, a atenção ao combate deve ser intensificada, garantiu. Conforme a Secretaria Estadual de Saúde, outros 40 casos suspeitos de zika estão sob investigação no Estado – dez deles em Porto Alegre, e outros cinco na Região Metropolitana.
– No momento em que o zika começa a circular no Rio Grande do Sul, que tem o mosquito (Aedes) presente em 180 municípios, a possibilidade de que seja transmitido para outras pessoas é muito grande – disse o secretário estadual da Saúde, João Gabbardo dos Reis.
Em mutirão contra o mosquito vetor, em 13 de fevereiro, 20 mil homens do Exército estarão nas ruas, em todo o Estado, para orientar a população e verificar possíveis focos do mosquito Aedes aegypti. As ações devem ser continuadas nas semanas seguintes. Em Porto Alegre, 2 mil militares devem seu unir à força-tarefa. Além disso, na próxima semana, serão realizados testes de zika em mosquitos capturados pelas 900 armadilhadas espalhadas pela Capital – o objetivo é verificar a circulação do vírus em Porto Alegre.
Em dezembro passado, foi confirmado um caso de microcefalia ligado ao zika vírus no Estado. Moradora de Esteio, a gestante teria contraído o vírus no primeiro trimestre da gravidez, em janeiro de 2014, quando viajou para Pernambuco. O caso não foi contabilizado como o primeiro caso de zika no Estado pois a grávida retornou ao RS já sem a doença.
Porto Alegre registra primeiro caso autóctone de dengue em 2016
A Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre confirmou também o primeiro caso autóctone (contraído na cidade) de dengue na Capital em 2016. O paciente é morador do bairro Vila Nova – onde há outros três casos suspeitos. Outros 12 casos confirmados de dengue na Capital são importados – a transmissão não ocorreu na cidade.
Dos 36 casos de dengue confirmados em todo o Rio Grande do Sul, outros três também foram contraídos em território gaúcho (autóctones). Os pacientes são de Guaíba, Viamão e São Paulo da Missões. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, o número de notificações de dengue em todo o Estado, nas cinco primeiras semanas de 2016, já chega a 572 – número quase cinco vezes maior do que o verificado no mesmo período do ano passado. Conforme o secretário, o aumento tem a ver com a proliferação do mosquito transmissor, e a região mais preocupante é o Noroeste, onde há maior número de municípios infestados pelo inseto.
Confira a cobertura ao vivo da coletiva de imprensa sobre o caso:
* Zero Hora