A alta do dólar castiga os pais que terão de comprar material escolar para os filhos neste início de ano. Como o papel que preenche livros e cadernos é cotado pela moeda americana - e muitos dos produtos têm componentes importados -, os itens escolares já estão, em média, 10% mais caros em relação há um ano, conforme a Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares e de Escritório (Abfiae).
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A alta é mais impiedosa nos acessórios trazidos do Exterior, como mochilas, estojos e lancheiras, que estão com preços 35% mais altos. Os livros didáticos e as agendas subiram 20%, conforme a associação. Ou seja, se não houver planejamento, as finanças caem em recuperação na hora da compra.
- É preciso pesquisar preço e, principalmente, negociar os valores. A questão é como economizar sem abrir mão dos itens que as crianças precisam - pondera Reinaldo Domingos, educador financeiro do Instituto Dsop, de São Paulo.
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Conforme o especialista, convém calcular, antes de sair de casa, quanto exatamente se pode gastar em material e procurar antecipar a compra para não acabar pagando mais. A boa e velha lista é fundamental para não se deixar levar pelo impulso e pela influência dos filhos - recomenda-se, aliás, deixar as crianças em casa para as compras serem mais tranquilas.
- Se for levar os filhos, converse com eles antes, explicando a situação em que a família se encontra e quanto poderá gastar com o material. Caso contrário, será muito fácil ceder aos desejos deles - recomenda Domingos.
Muitas vezes, gasta-se mais do que o necessário em itens dispensáveis, alerta a Proteste
Associação de Consumidores. Não se consegue escapar de livros ou polígrafos indicados pela escola, mas dá para poupar em cadernos, agendas, lápis de cor e outros materiais.
- Os pais devem verificar os produtos que sobraram do ano anterior e reaproveitá-los. Caso o orçamento esteja apertado, também podem analisar a possibilidade de comprar o material de forma parcelada, uma parte a cada mês ao longo do ano - recomenda Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste.
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Uma opção para pesquisar produtos mais baratos em Porto Alegre é a Feira do Material Escolar, organizada pela Secretaria Municipal da Indústria e Comércio (Smic) na Praça da Alfândega. O evento começa em 21 de janeiro, com cestas de material escolar a partir de R$ 14 (leia serviço abaixo).
Fonte: Proteste Associação de Consumidores, Idec e Instituto Dsop
26ª Feira do Material Escolar
- Na Praça da Alfândega, no centro de Porto Alegre.
- Serão 25 bancas de livrarias e papelarias com descontos e cestas de material escolar a partir de R$ 14.
- De 21 de janeiro a 5 de março, das 9h às 19h (de segunda a sexta-feira), e das 9h às 18h (aos sábados). Não funciona nos domingos e nos feriados.
Detalhe ZH
Os impostos correspondem a quase metade do valor de alguns materiais escolares, conforme o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Canetas, por exemplo, pagam 47,5% de tributos. Até livros, que têm incentivo fiscal, pagam impostos, o que traz peso adicional de 15% no preço.