A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que a imunização evita até 3 milhões de mortes por ano. No caso dos bebês, a medida previne doenças graves que podem se manifestar em todas as fases da vida.
Santa Maria está sem estoque contra a hepatite B
E seja em gotinha ou injeção, as vacinas estão presentes nos primeiros dias após o nascimento da criança. Pelo menos, deveriam estar. É o que afirma a médica responsável pelo serviço de infectologia pediátrica do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), Maria Clara Valadão:
- A vacinação é a forma mais eficaz que os pais têm de proteger seus filhos. Deixar de vacinar é uma negligência, pois além da criança ficar desprotegida, coloca em risco à comunidade ao redor. A falta de imunização seria um completo desastre, pois estaríamos sujeitos ao ressurgimento de doenças extintas ou em vias de (extinção), como o caso da polio e do sarampo.
Anunciado no final do ano passado, o novo calendário brasileiro de vacinação da rede pública de saúde já entrou em vigor em 2016 (veja na página 6). Apesar de apresentar poucas alterações, o número de doses a serem aplicadas e as faixas etárias que devem receber determinadas imunizações mudaram.
É o caso da imunização contra a poliomielite. Antes era feita somente pelas gotinhas. Agora, as três primeiras doses - aos dois, quatro e seis meses - serão com vacina inativada poliomielite (VIP), por meio da injeção. A quarta e a quinta dose s seguem sendo em gotas.
Segundo Maria Clara, há uma chance menor de contrair a doença por meio da vacinação oral (VPO). Apesar de serem raros, a vacina em gotas pode apresentar riscos de efeitos colaterais em decorrência do vírus contido na imunização, o que não ocorre na versão injetável, que traz o vírus morto.
A médica também assinala mudanças em relação à ampliação da vacina contra hepatite B para todas as faixas etárias, que antes estava disponível somente para crianças. Já a da pneumonia, a Pneumo 10, passou de três para duas doses, e a meningite C ganhou um reforço aos 12 meses.
Em relação às faixas etárias, houve mudanças na vacina contra hepatite A, agora feita aos 15 meses e não mais aos 12. A vacina do papiloma vírus (HPV) passou para duas doses, em vez de três.
A imunização contra o HPV também foi ampliada de nove a 13 anos. Até o ano passado, apenas meninas de até 11 anos recebiam a vacina. As campanhas de 2016 também já estão programadas. De 11 a 17 de junho ocorre a Campanha da Multivacinação e, de 22 de agosto a dois de setembro, a da poliomielite.
Todas essas alterações são responsabilidade do Programa Nacional de Imunizações (PNI) da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Estudos epidemiológicos são constantes e mudam conforme a ocorrência ou não de doenças e com a incorporação de novas vacinas.
A professora Franciele Grapiglia, 31 anos, acompanha de perto quaisquer as alterações no calendário de vacinação. Na última terça-feira, ela levou a pequena Maria Antônia para três diferentes tipos de imunização: rotavírus, Meningite C e Pentavalente.
- Sempre fiz e sempre vou fazer as vacinas conforme a orientação da pediatra. Já tenho um filho de quatro anos e, agora, com a minha de quatro meses não vejo diferença. Sou bem atendida na rede pública, que oferece as vacinas fundamentais.
Quando a vacina é aplicada, a pessoa, ao receber a nova substância produz uma defesa. São os anticorpos. Eles permanecem no organismo, evitam o desenvolvimento da doença e garantem a imunidade
Rede pública x clínicas particulares
O calendário da rede pública de saúde possibilita uma ótima proteção ao bebê quando se seguem rigorosamente as datas e as doses. O PNI atende às demandas ds saúde pública e muitas vacinas são as exatamente as mesmas, como a BCG e a hepatite B.
A diferença é que a rede privada contempla vacinas, às vezes, mais modernas em termos de efeitos colaterais e de eficácia. A médica Maria Clara explica, por exemplo, o caso do medicamento rotavírus. Na rede pública, ela contempla um tipo de vírus, já na rede privada, cinco. Outra, é a pneumocócica, que na rede privada tem três sorotipos a mais.
Em Santa Maria, clínicas particulares oferecem a imunização que pode custar, por dose, de R$ 50, como é o caso da hepatite B a R$ 600, como a meningo B.