Quem tem rematriculado os filhos em escolas privadas vem se deparando com reajustes mais salgados do que os do ano anterior. Levantamento do Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinpro) junto a cem instituições de todas regiões do Estado mostra que a correção nas matrículas e mensalidades da educação básica para o ano letivo de 2016 tem ficado na média de 11,11%.
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O índice é superior à inflação oficial (IPCA) acumulada em 12 meses até novembro, de 10,48%, e mais alto do que o reajuste aplicado em 2015, que foi de 9,11%. Algumas instituições têm evitado divulgar os reajustes. ZH procurou a informação em algumas das maiores escolas de Porto Alegre, e apenas o Farroupilha e a Rede Marista atenderam, comunicando reajustes de 11,87% e 12%, respectivamente.
O Sindicato do Ensino Privado do Estado (Sinepe-RS), que tradicionalmente consolida e divulga os dados entre os meses de outubro e novembro, indica que até agora não há informações que possam levar a uma média.
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- Neste ano, as escolas têm deixado até o último momento para definir o valor. Há uma parcimônia na correção, mas certamente teremos reajustes superiores ao do ano passado - afirma Bruno Eizerik, presidente do Sinepe-RS.
Escolas têm até 8 de janeiro para divulgar aumento
Conforme Eizerik, as escolas têm até 45 dias antes do início das aulas para fixar o valor de correção. Como a maior parte delas deve iniciar as aulas em 22 de fevereiro, o prazo para a divulgarem esta informação seria 8 de janeiro.
O diretor do Sinpro, Amarildo Cenci, traz outra versão para o sigilo em torno dos reajustes. Afirma que a maioria das escolas já definiu os valores e comunicou aos pais, mas têm evitado anunciar. Apenas uma pequena parte vai deixar para divulgar no próximo ano.
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- Não tem havido muita transparência das escolas nesta divulgação, talvez em razão do receio da reação dos pais neste cenário de alta na inflação - afirma Cenci.
Escolas e professores avaliam que, apesar da alta das mensalidades, não haverá fuga de alunos.
- A mudança na educação é sempre retardada nas crises, principalmente porque as famílias têm percebido a situação complicada das escolas públicas.
Eizerik concorda em termos:
- Há um reconhecimento da qualidade do ensino particular, mas não se pode ignorar que se houver piora na economia e na política, as dificuldades financeiras das famílias poderão se aprofundar.
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