Alívio no final de ano, principalmente em meio à inflação a galope, o 13º salário traz melhores frutos quando é usado com sabedoria. Embora a primeira tentação seja gastar assim que pinga na conta - a primeira parcela é paga até o final de novembro -, especialistas recomendam planejamento para decidir onde alocar o reforço.
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A prioridade deve ser eliminar dívidas em atraso, situação de quase 60 milhões de brasileiros, conforme a Serasa. Como o crédito em financeiras e bancos se tornou muito caro e seletivo, o 13º pode ser uma solução para quem não está conseguindo tomar empréstimo para quitar parcelas que ficaram para trás.
- Todo dinheiro extra deve ser direcionado a dívidas, aliviando o orçamento para os meses seguintes - defende o consultor financeiro Adriano Severo.
O especialista explica que os juros de empréstimos pessoais e para compra parcelada em lojas subiram muito nos últimos meses, exercendo peso demasiado no bolso dos consumidores. Segundo dados da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a média do juro para pessoa física ficou em 5,86% ao mês em outubro. Portanto, a prioridade deve ser eliminar todas as dívidas, e quem tem mais de uma, deve eliminar primeiro as que trazem os juros mais elevados.
- Caso não consiga pagar a dívida inteira, o cliente pode usar o dinheiro extra para negociar com o banco um bom desconto - recomenda o consultor.
O 13º também pode ser reservado para as contas de final de ano. Aconselha-se prever qual será a soma de boletos como IPVA, IPTU, matrícula escolar, seguro automotivo, e calcular se o dinheiro extra vai dar conta. Caso afirmativo, uma boa escolha é guardar para pagá-las. Senão, deve-se optar por pagar à vista aquelas que ofereçam maiores descontos para pagamentos desse tipo.
- O dinheiro que sobrar após o pagamento de dívidas e a formação de reserva financeira pode servir para investir - diz Severo.
O repórter Erik Farina produz as matérias da série Encare a Crise.