A partir de 2017, gaúchos que precisam se deslocar para São Paulo, Rio de Janeiro ou Brasília em busca de visto para os Estados Unidos poderão fazer todo procedimento em Porto Alegre. Este é o prazo para a inauguração do Consulado americano na Capital, cujas obras começaram no início do mês.
O prédio está localizado na Avenida Assis Brasil, número 1.889, onde antes funcionava um supermercado Nacional, da rede americana Walmart. Será o quarto consulado dos EUA no Brasil - além de São Paulo e Rio de Janeiro, há também um em Recife (em Brasília fica a Embaixada).
- O plano de construir o consulado vem desde 2013, mas tivemos alguns atrasos em razão de burocracia nos Estados Unidos - não é apenas no Brasil que isso acontece - brinca o cônsul-geral dos Estados Unidos em São Paulo, Dennis Hankins, que esteve em Porto Alegre nesta sexta-feira, para visitar a obra, a qual, garante, não ter motivos para atrasar.
Implantação do consulado americano interfere na rotina da Zona Norte
A previsão é que a construção vá até dezembro de 2016 ou janeiro de 2017, e então comece a atender pedidos de novos vistos ou renovação e atendimento a cidadãos americanos. Apenas o encaminhamento de documentos e entrevistas para emigração aos EUA não poderá ser feito no Consulado da Capital.
- Em São Paulo, atendemos 600 mil pedidos de visto por ano. Aqui, projetamos 100 mil por ano no início - explica Hankins.
Porto Alegre já tem um Centro de Atendimento ao Solicitante de Visto (Casv), onde podem ser encaminhados pedidos de renovação da autorizações para entrar nos EUA. Um dos principais objetivos dos americanos em se instalar em Porto Alegre é estimular o turismo. Muitos brasileiros interessados de ir para Nova York, Disney ou Miami troca seus planos por Europa ou América Latina quando percebe a burocracia e os custos que terá pela frente, reconhece Hankins.
Ao simplificar a retirada de vistos, os americanos pretendem aproveitar os voos diretos partindo de Porto Alegre para a América para estimular os embarques.
- Projetamos que haja muitos cidadãos de Santa Catarina que também irão se beneficiar com o Consulado em um Estado vizinho - afirma o cônsul.
Hankins indica a unidade como alicerce para uma maior aproximação cultural entre o Estado e os EUA, com maior fluxo de visitantes em ambos sentidos. Também há no Consulado um interesse de aproximação comercial, em razão da presença de multinacionais americanas no Estado, como General Motors e Massey Ferguson, e de empresas gaúchas no território americano, como a Gerdau.
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Prédio terá recuo estratégico para evitar atentados
A escolha por erguer o consulado em um ponto movimentado da Assis Brasil se deve à logística, segurança e ao baixo custo. Com fartura de linhas de ônibus, proximidade de avenidas e, futuramente, a passagem do metrô, a antiga sede do Nacional soou como o ponto ideal.
O prédio de 8 mil metros quadrados tem um recuo adequado em relação à calçada, o que o protege de eventuais atentados terroristas. Faz frente com três ruas, então terá entradas distintas para funcionários, fornecedores e visitantes.
- Analisamos mais de 20 imóveis, e fomos eliminando as opções que não preenchiam todos requisitos - diz Hankins.
Futuramente, as ruas ao redor do consulado terão restrição de estacionamento. Por questão de segurança, será proibido fotografar o prédio. A construção terá muros altos e câmeras de segurança, e a guarda será feita por uma firma brasileira particular - diferente do Consulado em São Paulo, onde o trabalho é feito por fuzileiros navais americanos. Irão trabalhar no local 15 funcionários americanos, cerca de 15 brasileiros e prestadores de serviços terceirizados.